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No Alandroal, Triunfos para Francisco Cortes e Amadores da Azambuja

Uma corrida integrada nas Festas em Honra de Nossa Senhora da Conceição.
04 de Setembro de 2011 - 17:18h Crónica por: - Fonte: - Visto: 2567
No Alandroal, Triunfos para Francisco Cortes e Amadores da Azambuja

Nem o dilúvio que durante todo dia caiu sobre a vila do Alandroal, impediu a realização da corrida de toiros nocturna, integrada nas festas em honra da Nossa Senhora da Conceição, na praça desmontável Joel Felizardo Rosado que preencheu três quartos da lotação. Seis cavaleiros em praça e três grupos de forcados que disputavam entre si o prémio de melhor pega (o troféu “Sousa”, cabo fundador do Grupo de Forcados Amadores do Alandroal).

Um curro de toiros da ganadaria de Manuel Rosa Tátá, que no geral saíram mansos e com pouca mobilidade, excepção feita para o segundo exemplar que saiu em praça.

Abriu a nocturna o cavaleiro Rui Salvador, de casaca verde garrafa vestida, para receber o exemplar que lhe calhou em sorte, ou falta dela, visto que no último ano, considero que Rui Salvador não tem tido sorte nenhuma com os toiros sorteados. Um manso, negro, brocho de cornamenta, sem mobilidade, sem se empregar no momento do reunião e menos ainda nos remates. A lide do cavaleiro de Tomar foi de enorme labor e pouco brilho estético, provocada por um toiro que se enroscou em demasia nas tábuas, obrigando o cavaleiro a passar demasiadas vezes em falso e a cesgo. Colocou somente três ferros curtos, sendo o último o melhor da lide, onde Rui Salvador colocou-se na exacta querença do toiro, a cesgo, ao piton contrário e de cima a baixo. “Um ferro impossível” que finalizou a lide da melhor forma e sob uma forte e carinhosa ovação das bancadas.

Francisco Cortes vestia casaca pérola creme para receber o segundo exemplar da noite. Outro negro e brocho, que entrou em praça a perseguir com codícia, muita pata e de rabo arqueado e levantado. O toiro era andarilho por demais e o cavaleiro de Estremoz, não teve outra alternativa para colocar os compridos senão no exacto momento em que se virava para um oponente que nunca se quis fixar. O primeiro resultou algo descaído em colocação mas os segundo e terceiro foram de nota muito elevada, de colocação bem na cruz e ao estribo. Nos curtos, Francisco Cortes desenhou uma lide vistosa e empolgante. Andou muito bem na brega com o toiro na garupa, fixando-o nos médios e onde
colocou três ferros citados de frente e com colocação exímia (pena que o toiro nunca quisesse arrancar primeiro). Após colocar uma rosa de igual modo ao descrito nos ferros anteriores, o público pediu satisfeito mais um e Francisco Cortes sofre um toque, que em nada manchou a sua actuação, ao colocar uma rosa em que efectua a batida demasiado cedo. Bela actuação de Francisco Cortes, fortemente tributada pelo público.

De casaca castanha dourada e para lidar o terceiro da noite, Filipe Gonçalves. O furacão algarvio citou de frente para o primeiro comprido muito bem colocado. Nos curtos, efectuou uma lide em que insistiu executar quiebros a um oponente que nunca quis reunir. Assim pescou os dois primeiros e falhou o terceiro. Apareceu com o cavalo bate palmas, que empolgou praça nos cites e voltou a pescar mais um ferro. De seguida colocou um violino e com o peão de brega a não perceber e a estragar o desenho da rosa em terrenos cambiados (os seus melhores ferros, mesmo com a intervenção do bandarilheiro).Terminou uma lide de demasiados de adornos para o trabalho desenvolvido, com nova montada para um par de bandarilhas.

João Moura Caetano vestia casaca “bordeaux” para receber o quarto toiro da noite. Colocou o primeiro comprido de forma irrepreensível, dando primazia de arranque ao oponente. O seu segundo resulta melhor que o anterior, pois o toiro empregou-se mais no momento de reunir. Nos curtos, João Moura Caetano efectuou uma lide em tudo igual ao até descrito. O arranque do oponente foi sempre condição exigida, os cites de frente regra essencial, os ferros colocados de cima para baixo, ao estribo e sem lacunas de localização. Destaque para a brega de elevada nota para colocar o segundo curto, em que fixou o exemplar nos médios, onde o público o acompanhou com uma cadência de
aplausos em apoio à banda da Escola de Música do Centro Cultural do Alandroal. O oponente foi perdendo gás após este ferro, obrigando o cavaleiro a maior labor na brega. Passou duas vezes em falso para o terceiro curto, num oponente que escolheu as tábuas para ficar, já sem mobilidade nem interesse. Foi pena porque a lide tinha carimbo de triunfo e desta forma impediu uma maior conexão entre público e cavaleiro. Terminou com o melhor ferro, colocado a cesgo e com o toiro a levantar em demasia a cara quando reuniu.

De casaca lilás apresentou-se Joana Andrade. A cavaleira do Montijo teve uma noite desastrosa. O primeiro comprido ficou colocado na barriga do toiro, junto à pata direita traseira. O público manifestou-se durante algum tempo e Joana Andrade corrigiu no segundo comprido, que ficou algo traseiro. O primeiro curto não ficou. O segundo resultou também um pouco traseiro. A cavaleira nunca conseguiu entender-se com as distâncias a conceder e coloca novamente um ferro que pecou pela localização traseira e descaída. Mudou de montada e falha novo ferro. Depois falhou um violino e emenda com o mesmo desenho de sorte, por fim bem colocado e executado. Joana Andrade saiu da praça sem música, três avisos e no final, recusou-se a dar a volta a arena.

O cavaleiro da terra, Rui Guerra, vestia casaca verde garrafa e entrou em praça para lidar aquele que foi o pior exemplar da corrida. Um manso, muito alto, com um quarto traseiro impressionante, que nunca saiu de tábuas e que virava costas à montada assim que a avistava. O primeiro comprido apenas serviu para testar a disponibilidade do oponente, que logo confirmou o comportamento viajando para as tábuas. O segundo é colocado no corredor e junto, mesmo muito junto ás tábuas, com muito risco empregue. A mansidão mantinha-se e o cavaleiro do Alandroal coloca de forma exímia o terceiro comprido, onde o toiro respondeu finalmente ao quite do peão de brega. Nos curtos, fez o impossível para lidar. Num toiro sem transmissão nem bravura, trabalhou muito e sempre sem resposta. Quando finalmente o toiro saiu da querença, ao segundo curto, o cavaleiro colocou-se lá e o toiro investiu para um ferro de muito suor. Há noites assim e é só assim que se ganha tarimba. Rui Guerra queria mostrar-se na sua terra, mas o sorteio ofereceu-lhe algo impossível com que trabalhar, sem condições de lide.

Pelo Grupo de Forcados Amadores da Azambuja, Vinicius Campos realizou uma brilhante pega à primeira tentativa. Efectuou um cite a mandar no toiro. Este arrancou meio que desconfiado mas o forcado recuou bem e
acoplou-se. Quando chegou ao grupo, resolveu derrotar e bater com muita violência, com o grupo coeso a consumar. Recebeu, justamente, o troféu em disputa para a melhor pega.

Pedro Sabino desfez a primeira tentativa pois o toiro não quis arrancar, nem mesmo com o forcado a somente a dois passos de si. Voltou para reunir à barbela, sofre um derrote violentíssimo e passa para córnea. Como o toiro parou na viagem e deixou de empurrar o grupo ficou longe e sem as ajudas, Sabino perdeu a cara. Pegou à segunda com história idêntica, com o grupo nas barbas do toiro, sem nada conseguir fazer para evitar que sozinho Sabino consumasse a pega, onde saiu e voltou sempre só cara a cara do toiro, vezes sem conta.

O Grupo de Forcados Amadores do Redondo teve uma dura noite. Hélder Delgado citou bem mas escorregou quando recuava e teve de voltar para uma segunda tentativa dramática, onde foi empurrado para o solo, com repetidas
investidas, saindo de maca. Rui Grilo foi dobrar o colega a sesgo, com todo o grupo a ser sacudido e mais forcados a entrarem em praça sem conseguirem evitar que também fosse receber assistência médica. Por fim, “Cajé” foi pegar o toiro.

Hugo Figueira viu o toiro romper a galope e no momento de reunir não conseguiu agarrar. Pegou à segunda, numa viagem a direito para o grupo, com muita pata e força, com o primeiro ajuda a ser sacudido na viajem (ficou estatelado e sem sentidos na arena).

Pelo Grupo de Forcados Amadores do Aposento do Alandroal, Fábio Raposo desfez a primeira tentativa porque o toiro não quis arrancar. Voltou para colocar-se demasiado nos terrenos do toiro, agarrou-se ao piton direito com o grupo a aparecer para consumar.

Alexandre Lopes efectuou três tentativas a um toiro muito alto e que derrotava bem lá em cima e por isso sacudiu sempre com sucesso o forcado da cara. Foi dobrado por um colega na quarta e quinta tentativas a sesgo, sempre sem sucesso. Quando apareçam dois forcados em praça para pegar a cesgo. O director de corrida não o permitiu, já passavam mais de 15 minutos desde o início.

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