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A primeira da Moita

A primeira da Moita fica marcada pela despedida de José Carlos Nicolau. Rui Fernandes deixou a Daniel do Nascimento eufórica, Telles atravessa um momento brilhante e Ribeiro teve o pior lote.
11 de Setembro de 2013 - 21:14h Crónica por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2496
A primeira da Moita

Começou a edição 2013 da Feira Taurina da Moita do Ribatejo, com a Daniel do Nascimento preenchida pela metade da lotação, numa tarde emotiva, com a despedida do bandarilheiro José Carlos Nicolau. No intervalo da corrida cortou a coleta, deu volta à Daniel do Nascimento em ombros, acercou-se do microfone da praça e com a emoção provocada pela ocasião, agradeceu a todos os que com ele andaram e no final, beijou arena da Moita.

Os toiros Rio Frio não foram um primor no que respeita à apresentação. Houve um pouco de tudo também no comportamento. Os três primeiros foram mansos encastados, que com mais ou menos dificuldade deixaram-se lidar. Os quarto e quinto foram bravos e o último foi mais reservado, e embora ligeiramente tardo, teve lide.

António Ribeiro Telles abriu a Feira da Moita diante de um manso encastado de 555Kg, que preferiu sempre os capotes e que se tapava no momento do ferro. Rubricou uma lide numa toada morna, bregando com qualidade e com a voz, para deixar a parca matéria-prima com ele ligado. Ao terceiro curto viu o oponente atravessar-se, para o empurrar de seguida. O último curto teve o seu cunho, cravado em terrenos de compromisso, de cima para baixo, após bregar com critério. O quarto foi um negro chorreado de 530Kg, bravo desde a saída, factor que António Telles reconheceu logo no primeiro comprido. Os dois compridos seguintes nem precisou de citar. Mal se virava da trincheira após a apanhar o ferro, o Rio Frio arrancava de praça-a-praça para o pátio de quadrilhas, apenas com o incitar da voz, com o Maestro da Torrinha a cravar nos médios e a provocar o início de funções da Banda do Rosário. Nos curtos aproveitou as faculdades do que tinha por diante. Andou sempre em terrenos de compromisso e assinou ferros inesquecíveis e não fossem as poucas passagens em falso, o resultado da lide seria absolutamente perfeito.

Rui Fernandes foi o grande triunfador do público e teve matéria-prima semelhante a António Telles. O segundo da tarde foi um manso encastado e negro listão. Decorria a lide numa toada morna até que das bancadas surgiu um grito: “Mexe com o toiro pá! Mexe como Toiro!”. Rui Fernandes indignou-se, trocou de montada, citou com balancés e ofereceu a garupa para nos médios circundar o estático manso. A Daniel dos Nascimento enlouqueceu com o que viu. Tributou a Rui Fernandes uma ovação triunfal e o grito que se ouviu foi o de um homem só. No quinto surgiu um bravo no ruedo que arrancava com prontidão, empregava-se a reunir e carregava a rematar. Numa lide assente nos quiebros, Rui Fernandes acertou a batida logo ao primeiro ferro, diante um opoente de bons modos. Os quiebros assentaram que nem uma luva com as pretensões das bancadas. Cada sorte, maior o aplauso e com as bancadas no bolso, terminou a sua actuação com um par de bandarilhas no corredor, deixando a Daniel do Nascimento eufórica.

Vítor Ribeiro foi o menos afortunado com o lote. O terceiro tinha 540Kg, manso encastado que queria fugir do ruedo em todos os instantes. O cavaleiro manteve-se sempre ligado com o oponente, bregou com condição e imprimiu ritmo à lide. Recorreu aos quiebros e cravou com exactidão. Se no primeiro e terceiro curtos pediu o arranque do oponente, foi com o último que a praça cerrou os dentes, quando o arranque do hastado provocou um ferro de alto a baixo, nos médios. O último foi mais reservado mas Vítor Ribeiro não se atemorizou e rubricou uma lide cheia de acerto na brega, que só não resultou mais redonda, pois nem sempre as cravagens resultaram perfeitas.

Na forcadagem, a Feira da Moita abriu da melhor forma com Fernando Grilo dos Amadores da Moita. Não foi a pega mais vistosa mas foi a melhor da corrida. Após citar com toreria, mandou no arranque, carregou a sorte, recuou determinado e sentou-se na cara do toiro, numa rija barbela. O oponente tentou despeja-lo na arena, mas o grupo apareceu com coesão e consumou ao primeiro intento. O cabo Pedro Raposo fechou-se ao segundo intento.

Cláudio Bernardino dos Amadores do Montijo foi para a cara do segundo Rio Frio e pegou a sesgo ao terceiro intento, após 3 tentativas desfeitas e um aviso. Hélio Lopes fez um vistoso pegão. Embateu de forma rija no oponente. O Rio Frio derrotou com maldade, levantou o forcado e tirou-o ainda no ar da cara. Hélio Lopes caiu de pé e na frente do toiro, que prosseguiu a viagem e Hélio Lopes fechpu-se de imediato na córnea, numa viagem rija até tábuas, consumada ao primeiro intento.

Pelos Amadores do Barrete Verde de Alcochete, Marcelo Loia fechou-se na barbela ao primeiro intento, numa viagem em que o hastado arracou com prontidão e desalinhado com a formação do grupo. O embate foi rijo e o grupo teve a mesma prontidão que o oponente e consumou sem problemas. Fechou a primeira da Moita, o forcado Diogo Amado à segunda tentativa, que com raça e determinação, carregou em demasia a sorte, não se atemorizando um instante que fosse, deixando o seu nome bem escrito na assistência.

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