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Triunfo de Rui Fernandes no Concurso de Pegas de Lisboa

Com a lotação em meia casa no concurso de pegas, o mesmo foi vencido pelos Amadores de Beja e Ricardo Castilho. Mas o grande triunfador da noite foi o cavaleiro Rui Fernandes.
22 de Agosto de 2014 - 23:30h Crónica por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2673
Triunfo de Rui Fernandes no Concurso de Pegas de Lisboa

Com a lotação a rondar a meia casa no Campo Pequeno, realizou-se ontem o Concurso de Pegas, a última corrida realizada pelo tauródromo da capital no mês de Agosto.

A corrida contou com um curro de Manuel Veiga de apresentação satisfatória, de pelagens variadas, de curtas investidas às montadas, mas duro para com os forcados.

Houve um tratamento excessivo por parte das quadrilhas dos cavaleiros para com os hastados. Capotes e mais capotes na arena, provocaram protestos bastante ruidosos das bancadas, sem que os mesmos surtissem qualquer efeito sobre os peões de brega, que insistiram no exagero e gradualmente estancaram a força e a prontidão do curro.

E tendo em conta o acima descrito, foi Rui Fernandes o grande triunfador da noite, que de um modo incontestável foi o cavaleiro com maior acerto, quer na cravagem, como na brega e culminou a sua passagem por Lisboa com um magnífico par de bandarilhas, que pôs o Campo Pequeno de pé.

Mas por tratar-se de um concurso de pegas, os vencedores foram os Amadores de Beja, que com a última pega da noite, realizada pelo forcado da cara Ricardo Castilho, que mesmo tendo sido sido consumada à terceira tentativa, foi outorgada pelo júri composto por Simão Comenda, José Luís Gomes e António Barata Gomes, vencendo o prémio em disputa da noite, para a melhor pega.

João Moura abriu a praça diante do “Algarvio”. Um castanho salpicado, que com 475Kg e o número 55, não tinha qualquer investida. O cavaleiro de Monforte lidou de frente e colocou um segundo curto nos médios e ao estribo, ignorado pelo “inteligente”, que apenas resolveu conceder banda após a cravagem do último curto, quando João Moura abandonava o ruedo. Esta situação criou algum embaraço, pois quando João Moura se preparava para dar a volta, o director Tiago Tavares, que lhe concedeu música, aplicou as directrizes do novo regulamento taurino e não autorizou volta ao cavaleiro.
No quarto enfrentou o “Endiabrado”, com 546Kg, o número 58, negro de pelagem, bem apresentado, bonito nas formas mas cómodo de córnea. Moura efectuou uma lide com ritmo, que paulatinamente foi subindo de produção, perante um oponente com fijeza, nobreza e com imenso fundo. Só que por entre cada ferro, lá iam os peões de brega dar um mínimo de três capotazos ao hastado. Contudo, o “Endiabrado” tinha tanto fundo, que nunca protestou por um instante e João Moura escutou o agrado das bancadas, numa lide que nunca rompeu para os patamares de triunfo.

Rui Fernandes foi o grande triunfador da noite. No segundo da corrida enfrentou o “Alfazema” de 482Kg de peso e com o número 55. Um negro, listão, bem armado e de investida curta. Com batidas ao pitón contrário, Rui Fernandes passou inicalmente em falso para ajustar as reuniões, que por causa da tarda e curta investida do “Alfazema”, foram executadas a alguma distância do oponente, para que o resultado das sortes fosse o mais centrado. No último curto atacou o hastado que se encontrava estacionado nos médios, para cravar com regra, sair com piruetas e provocar a primeira explosão das bancadas.
No quinto surgiu-lhe o “Chanquete”, com 536Kg de peso e com o número 65. Um exemplar salgado na pelagem e abotinado, distraído o quanto baste, andarilho num chôto quase permanente e que pouquíssimas vezes empregou o galope. Rui Fernandes colocou os dois primeiros curtos nos médios, de cima para baixo, provocou o início de funções da Banda do Samouco e a aprovação imediata das bancadas. Com o público conquistado adornou-se nos últimos ferros da sua actuação, com cites em balancés e saindo da cara do oponente com piruetas. Mas o seu melhor ferro é o par de bandarilhas com que terminou a sua passagem por Lisboa, junto a tábuas, bem ao estribo, com o domínio perfeito do centro da sorte. O Campo Pequeno enlouqueceu e declarou-o o grande triunfador da noite.

Francisco Palha teve uma passagem discreta por Lisboa. No terceiro da noite lidou o “Gaivoto”, com 504Kg e o número 47. Uma lide que teve apenas destaque nalguns ladeios que efectuou. Nos compridos teve uma noite não da montada e sofreu toques e empurrões. Nos curtos, a lide perdeu ritmo com as demasiadas passagens em falso.
No último da noite e perante o “Barba-Limpa” de 542Kg, Francisco Palha não tem nada digno de nota. Foram tantos os capotazos e tantos os protestos das bancadas para com os peões de brega, que ignorando os mesmos, o Campo Pequeno perdeu a paciência.

O curro Manuel Veiga foi muito duro com os três grupos de forcados em praça, que disputavam o troféu de melhor pega.

Abriu a noite Bruno Amaro pelos Amadores do Aposento do Barrete Verde de Alcochete. Citou bonito, sempre a falar com o toiro. Fez a chamada, carregou a sorte e fechou-se na córnea ao primeiro intento.
O cabo Marcelo Lóia fechou-se na córnea à segunda tentativa, numa viagem a direito ao grupo, que consumou sem problemas.

Pelos Amadores de São Manços, Nuno Leão fez a chamada, recuou trazendo o toiro toureado com a voz e de forma rija reuniu na córnea, ao primeiro intento.
João Fortunato fechou-se á segunda tentativa na córnea, numa viagem em que faltou grupo até tábuas. O hastado sempre a derrotar e assim que chegou às tábuas alterou a viagem, para continuar a derrotar, até ao grupo aparecer e consumar.

Pelos Amadores de Beja foi para a cara do terceiro da noite o forcado Guilherme Santos. Viu o oponente arrancar de pronto e fechou-se na córnea ao primeiro intento, com o grupo a consumar, sem dificuldades.
No último da noite, Ricardo Castilho fechou-se de forma rija à terceira tentativa. O oponente derrotou e sacudiu que foi obra. Atravessou o grupo e alterou a viagem, num permante derrotar. Tentou um par de vezes despejar o forcado da cara, até ao grupo aparecer, para consumar e arrecadar o prémio em disputa da noite.

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