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Crónica da Novilhada de Oportunidade a Novos Valores

Campo Pequeno, 10 de agosto de 2017, Novilhada de Oportunidade a Novos Valores
13 de Agosto de 2017 - 11:20h Crónica por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 1293
Crónica da Novilhada de Oportunidade a Novos Valores

Depois de cartéis rematados com a fina flor do toureio Ibérico, teve a administração do Campo Pequeno, o mérito e a coragem, de em pleno mês de agosto compor um cartel com uma novilhada de oportunidade a novos valores e que são o garante do futuro da festa brava.

“Nas grandes tradições iniciam-se as grandes renovações” o fundamento desta citação, encontrou a sua razão de ser na passada noite de 10 de agosto no Campo Pequeno, noite quente, com pronunciada presença de turistas, que enquanto alguns portugueses gritam rubros de cólera pelo fim da tauromaquia, os de “fora”, fazem a função que aos primeiros competia. O curro de novilhos, foi gentilmente cedido pelas mais importantes ganadarias portuguesas e esteve ao nivel dos artistas que para o espetáculo ser redondo só faltou maior afluência de público.

No que respeita aos factos, o ambiente indulgente nas bancadas foi determinante. Se houve desacerto? Sim, houve. Se houve nervos à flôr da Pele? Sim, houve, só tinha que haver! Mas, também houve muito zelo e vontade de transpor os erros e as limitações, houve muita entrega e especialmente muita humildade, que é o que mais vai faltando nas arenas portuguesas. Todo o desempenho dos jovens artistas foi despojado de qualquer intenção de fácil aplauso.

A corrida teve duas partes distintas, a primeira à Portuguesa, com toureio equestre e forcados, e a segunda parte com toureio a pé. Abriu praça o cavaleiro Francisco Correia Lopes muito ao estilo clássico, com acerto e num toreio de poder a poder, esteve correto e desembaraçado, cravou 3 ferros compridos e o último foi de facto muito bom, com o novlho a arrancar-se alegre e vivo, nos curtos andou correcto e teve uma boa prestação.

Para a cara do primeiro novilho, foi o forcado Davide Mouchão dos Amadores da Azambuja, o forcado esteve calmo, ganhou o sítio e mandou na investida do novilho, reuniu muito bem e podia ter tido ajudas mais prontas, mas mesmo assim trancou-se e consumou uma boa pega à primeira tentativa.

Soraia Costa foi a segunda cavaleira em função com o novilho de Paulo Caetano, pequenote mas com raça, foi recebido com coragem na garupa da montada. Nesta lide tudo foi adequado, desde o desacerto inicial nos primeiros ferros ao agarrar a oportunidade e a terminar com rigor com o novilho perfeitamente controlado.Fábio Madeira pelos Amadores da póvo de S. Miguel concretizou uma pega limpa à 1ª tentativa.

Manuel Oliveira fechou o capítulo equestre frente a um novilho Vinhas, muito em tipo do encaste Santa Coloma, axiblanco, estrelado foi o mais pesado do festival e de pronunciada fealdade. O cavaleiro esteve como os seus colegas de cartel, irregular no início da lide e a acusar a pressão, mas depois, por mérito próprio percebeu o Vinhas e com sortes pouco ortodoxas mas que marcam o seu toureio, concretizou uma lide de muito valor. Duarte Campino, pelos Amadores do Cartaxo teve de ir ao toiro 3 vezes que foram quase três pegas, as ajudas não estiveram ao nivel do forcado de cara e já junto a tábuas, faltaram forcados em cima do novilho para abafar e consumar a pega.

 

No capiítulo do toureio apeado abriu praça o João Ribeiro “Cuqui” com um novilho de Murteira Grave que não teve muito “recorrido “ e parco de força. Foi o pior da noite, o João Ribeiro esteve elegante no capote e a quadrilha bandarilhou com rigor, na muleta a elegância manteve-se por ambos os pitons mas os passes não tinham profundidade e nada mais houve a fazer.

O 5ª novilho teve pela frente a maior esperança do toureio a pé de Portugal, Diogo Peseiro, o colorau de Falé Filipe era bravo, nobre de investida e humilhava. No quite de capote adivinhou-se o que estava para vir, no quite de bandarilhas a emoção foi total, e o Campo Pequeno aplaudiu em pé. Na muleta foi o que já lhe conhecemos apesar da tenra iddade, esteve elegante e corajoso com passagens pelas costas de cortar a respiração. Ao Diogo Peseiro caracteriza-o um toureio fino e os naturais surgem de forma templada e com cadência através de passes plenos de plasticidade. O novilho também teve o seu mérito, foi bravo e nunca viu mais nada para além da flanela, a lide da noite.

Fechou praça o Sérgio Nunes com o novilho de David Ribeiro Telles, foi uma faena muito correta, foi bem recebido no capote, já no quite de bandarilhas o desacerto foi total, na muleta o Sérgio Nunes foi corajoso e teve desplante, foi uma faena de mérito a um novilho muito colaborador e sem maldade.

É importante ainda deixar nesta crónica, uma nota de mérito ao magnifico jogo de cabrestos e campinos, que tão bem estiveram esta noite na resolha das reses e em demonstações de obdiencia, bem como que a sorte seja generosa com os jovens toureiros que deram provas do seu valor nesta noite.

 

 

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