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Noite bonita de fino toureio na desmontável do Pinhal Novo

14 de Junho de 2009 - 16:56h Crónica por: - Fonte: - Visto: 2364
Noite bonita de fino toureio na desmontável do Pinhal Novo

Foi com uma noite de temperatura amena que o Pinhal Novo viu desenhada uma boa noite de toiros. Como seria de esperar, o cuidado cartel somado da oportunidade da data, em conjugação com o tradicional certame da localidade, teve por efeito encher de gente os "tendidos" e como se diz, a praça estava "à cunha".

O curro da Ganadaria Eng.º Samuel Lupi, desigual de trapio, teve em comum a bravura no timbre certo para quem vê e quem toureia e pega. Encastados - saíram tão nobres quanto bravos (com excepção do 4.º que foi o menor em bravura), teve cada um a sua lide e cavaleiros, forcados e matador, estiveram à sua altura.

1º Toiro
Rouxinol abriu praça por honras de antiguidade e teve no seu 1.º toiro a oportunidade de ganhar o público. Deixou dois ferros compridos à tira e um terceiro frontal de fora para dentro. Trocou de cavalo e optou pela cravagem de caras, em curto e quarteio quer para as três bandarilhas quer para o palmo que o público lhe pediu com afinco, ante o bom ambiente deixado pelo cavaleiro de Pegões.

Daniel Esteves, pelos Amadores de Alcochete, cita o toiro de largo e este arranca com pata sem humilhar pelo que, apesar de o forcado haver tentado fechar-se à córnea não conseguiu consumar. À 2ª, consuma uma valorosa pega da barbela à cornea, com dois derrotes por alto com o grupo muito bem a ajudar.

2º Toiro
O segundo toiro, colorau de olho perdiz, coube a Gilberto Filipe que, seguindo o compasso de Rouxinol, o lidou com entrega e alegria, chegando ao público do Pinhal Novo. Crava dois compridos em recebendo e à tira. Na ferragem curta tanto a preparação de cada sorte com ladeios como mostrando o peito do cavalo no remate, levaram a que depois dos três da ordem fossem peticionados mais três, dos quais se destacou o último com batida ao piton contrário.

Rudi Matos, pelos Amadores do Pinhal Novo, consumou à 1ª. Recuou e recebeu correcto fechando-se à barbela aguentando seguro a viagem enviesada que exigiu a prontidão do grupo.

3º Toiro
Velasquez toureou um baixel de pelagem negra, que demorou a fixar a investida e que nunca deu ao matador a possibilidade de brilhar, porque o procurava sempre que se tentava maior cadência a ligar as sortes.

No capote o matador recebeu elegante à Verónica e terminou com uma bonita Revolera.
Os três pares de bandarilhas (muito valor) foram colocados ao quarteio e ao trapézio deixando a fasquia alta para o "último" tércio.
Na muleta, o diestro inicia-se com duas séries de derechazos rematadas com passes de peito e uma série de naturais, em dificuldade, já por este piton o toiro se mostrava menos claro. Continua com mais duas séries à direita e outra de naturais. Terminou com uma dossantina e um passe de joelhos seguido de uma serpentina. Adorno e variedade que agradam aos amantes de um toureio de plasticidade tão próprio do espada moitense. Bién!

4º Toiro
Na 2.ª parte, Rouxinol esteve menor. Cravou três compridos a que o hastado reagiu revelando mansidão. De facto foi o mais reservado da noite, investindo apenas quando o cavaleiro lhe pisava os terrenos e a adiantar-se. Ao 3º comprido Rouxinol tenta dar cova, incentivando a investida mas nem assim o conseguiu. Trocada a montada, começa por cravar frontal mas sem o brilho que lhe conhecemos pois não conseguiu entender-se com terrenos e tempos do toiro. O 3º e 4º foram entendidos, com sortes frontais acometendo. Deixou a pedido do público, mais um ensesgado mas vibrante e outro ao estribo bem desenhado.

Pelos Amadores de Alcochete, Ricardo Mota vai à cara e brinda a Olivier, primo do falecido Helder Antoño. Citou o toiro e este arranca assim que vê o forcado que esteve bem reunindo com exactidão numa pega rija que teve a maior dificuldade na viagem por baixo, que o grupo soube corrigir.

5º Toiro
Gilberto Filipe saiu para o 5.º da noite com ganas de triunfar e cravou dois compridos de poder a poder em sortes de caras. O toiro, bem apresentado de pelagem negra, foi de menos a mais e o cavaleiro soube procurar-lhe os terrenos, variando as sortes na ferragem curta entre frontais e terrenos cambiados que chegaram ao público.

A última pega da noite foi levada a cabo por Rui Pragana dos Amadores do Pinhal Novo que a executou vistosa ao segundo intento. Na 1ª tentativa não recuou o suficiente ante a investida brusca, com pata e levantada pelo que apesar de se ter tantado fechar não o conseguiu por completo sendo despejado da cara.
Na 2.ª tentativa, o forcado sai à arena com raça e aguentou de praça a praça a investida baixa do hastado, o que lhe valeu uma forte ovação já que acabou por ser a mais vistosa pega da noite.

6º Toiro
O sexto toiro, único de Rio Frio, negro, bisco, foi recebido pelo matador de luces rojo y oro numa série de verónicas rematadas com uma revolera.
O tércio de bandarilhas foi menos assertivo que o da primeira parte, com os dois primeiros a não ficar completos, o 3.º "de sobaquillo" (embora completo) e um quarto par valoroso.
Na muleta, Nuno Velasquez, seguiu do trasteo a tábuas para uma série de derechazos rematada com um natural ajudado por alto. Muda para os tércios e repete toda a série de forma perfeita embora, talvez, com demasiada pressa.
Com a mão esquerda não consegue o  mesmo efeito e por isso decide-se por conformar a lide pelo outro piton, com a mão bem por baixo, como é seu timbre, levando o toiro a mando na flanela. Termina com uma bonita série de naturais e colhe o aplauso forte do público.

Assim se resume uma noite agradável em que o ganadero deveria haver-se agraciado pelo bom curro que fez apresentar.

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