Diego Ventura noite triunfal no Montijo.
Praça de Toiros "Amadeu Augusto dos Santos"
01 de Agosto de 2010 - 15:52h | Crónica por: José Vogado - Fonte: - Visto: 2165 |
Praça de Toiros “Amadeu Augusto dos Santos” – Montijo.
Sexta-Feira, 30 de Julho de 2010 – 22 horas, praça cheia sem esgotar para presenciar uma corrida com o seguinte cartel:
Paulo Caetano, que comemora os 30 anos de alternativa
Diego Ventura, que regressou a esta praça um ano depois
Francisco Palha, um ano depois da sua tomada de alternativa nesta praça.
Novilhos-Toiros da Ganadaria de D. Maria Guiomar Cortes de Moura.
Forcados Amadores de Santarém, cabo Diogo Sepúlveda e Alcochete, cabo Vasco Pinto.
Delegado do IGAC, Senhor António Barrocal, Antigo Bandarilheiro.
Paulo Caetano, lidou o 1º. Novilho-toiro, que pesou 570 quilos, de pelagem negra meano e axiblanco, não esteve muito inspirado no momento de cravar os dois ferros compridos. Trocou de cavalo e aí assim vimos este cavaleiro lidar, tourear, bregar e parar-se na cara do toiro, cravando quatro ferros curtos de muito boa nota.
No final deu volta com o forcado.
Diego Ventura, lidou o 2º. novilho–toiro, que pesou 520 quilos, de pelagem negra, esteve sempre bem na lide, toureando e bregando, tendo deixado dois ferros compridos de muito bom nota, muda de montada, e aí sim tirou todo o partido do seu oponente, tendo cravado 4 curtos de excelente colocação, brindou o público com dois pares de banderilhas, foi o delírio nas bancadas, tendo sido ovacionado por mais de uma vez com a praça em pé. Um grande triunfo para este cavaleiro.
No final volta com o forcado, e depois a pedido do público deu segunda volta à arena em solitário.
Francisco Palha, lidou o 3º. novilho-toiro com o peso de 570 quilos e de pelagem negra. Esteve sempre bem a lidar e a cravar, tendo cravado dois ferros compridos e 4 curtos de muito boa colocação. Finalizou a lide com um par a duas mãos.
Vemos que este jovem cavaleiro tem assimilado muitos conhecimentos desde que está em casa do cavaleiro Diego Ventura. Está mais maduro a lidar, citar e a cravar. Obteve perante este seu oponente um grande triunfo.
Volta à arena na companhia do forcado.
Paulo Caetano, lidou o quarto novilho-toiro. Com o peso de 555 quilos, de pelagem negro meano e axiblanco.
Uma vez mais com pouca inspiração e sorte no momento de cravar os dois ferros compridos. Muda de montada, e vimos um Paulo Caetano um pouco apático, lidando bem, mas mal a cravar, pois deixou os ferros com colocação muito desigual. Apreciámos mais a sua lide no primeiro da noite.
Volta no final com o forcado.
Diego Ventura, lidou o quinto exemplar com o peso de 510 quilos de pelagem negra. Depois de preparadas as sortes, correctamente cravou dois ferros compridos, mudou de cavalo por duas ocasiões, primeiramente trouxe o Maletilla e posteriormente o Morante.
Com Morante fez as delícias do público ao vê-lo bregar, citar e cravar sempre com correcção. Deixou ferros de muito boa nota também neste seu oponente. Não foi uma lide como no seu primeiro, devido às características menos boas deste novilho. Mas deixou os aficionados satisfeitos com a sua prestação. Noite redonda para este cavaleiro.
No final vota com o forcado, e depois sozinho.
Francisco Palha, lidou o sexto e último novilho-toiro com o peso de 510 quilos de pelagem negra, exemplar manso, que desde muito cedo se desinteressou da lide, procurando com frequência as tábuas com o sentido de as saltar. Nesta lide já não vimos o cavaleiro da primeira parte, muito por culpa das dificuldades apresentadas pelo novilho que lhe coube em sorte, mas mesmo assim deixou ferros de boa nota, embora nem sempre correcto na colocação dos mesmos. Terminou a sua actuação com dois ferros de palmo.
No final volta acompanhado do forcado.
Os Forcados Amadores de Santarém pegaram o 1º (à segunda tentativa), 3º. (à terceira) e 5º. (à primeira).
Os Forcados de Alcochete, pegaram o 2º. (à primeira) 4º.(à primeira) e 6º.(à segunda). Aqui poderia ter sido a pega da noite se tem sido bem ajudado.
A pega da noite, foi a executada no 4º novilho, sendo o forcado da cara o cabo do Grupo de Alcochete Vasco Pinto.
Nem sempre as ajudas de ambos os grupos estiveram com o acerto desejado em especial no Grupo de Santarém, onde algumas pegas poderiam ter sido consumadas logo ao primeiro intento, se tivesse havido bom contributo por parte das ajudas. Contudo, todos os forcados actuantes estiveram com valor, raça, coragem e determinação, perante os seus opositores.
Ao intervalo a Empresa Aplaudir através do seu Representante entregou uma placa ao Cavaleiro Paulo Caetano, que comemora 30 anos de alternativa, e a Diogo Sepúlveda cabo do Grupo de Forcados Amadores de Santarém que comemora 95 anos.
Apenas alguns pequenos reparos:
Intervalo que se prolongou demasiado, quando por norma o mesmo tem a duração de 10 minutos, pareceu-me que o director da corrida se tinha esquecido para que estava ali, tendo deste modo contribuído para a perca de ritmo da corrida.
Com o devido respeito que merecem todas as pessoas que trabalham para a Empresa, não fica bonito quando os Artistas estão a dar a volta à arena como aconteceu no final da lide do terceiro, os Areneiros estarem a alisar a terra, para depois termos com já dissemos um intervalo tão longo.
Ficámos sem entender o critério do Delegado da corrida, no momento de conceder música. Quase sempre após o cavaleiro actuante cravar o primeiro curto excepção feita ao Cavaleiro Paulo Caetano que no seu primeiro novilho só escutou música a pós cravar o terceiro curto, quando se justificava que fosse a partir do primeiro, já que estava lidando e bregando muito bem.
Parabéns à Ganadeira D. Felicidade Dias, pelo Jogo de Cabrestos que enviou para a corrida. Bonitos na apresentação e muito bem trabalhados.
Deu gosto ver como os campinos (um da sua Casa Agrícola e outro da Casa Agrícola de Manuel José da Úrsula) ambos de Benavente, conseguiram recolher os toiros com o jogo de cabrestos, acontecimento muito raro hoje em dia nas nossas praças. Aqui os Bandarilheiros excepcionalmente intervieram, deixando assim que os Campinos pudessem trabalhar, mostrando o seu trabalho no maneio e condução dos cabrestos e toiros no campo.
No final da Corrida o Senhor Francisco Morgado em nome da Empresa Aplaudir, agradeceu aos aficionados do Montijo, por terem estado na Corrida, tendo-se esquecido que provavelmente a maioria das pessoas que encheram a praça, não eram do Montijo, mas sim de outras zonas do país, como Alcochete, Setúbal, Alentejo e Ribatejo. Teria sido mais elegante ter agradecido a todos os presentes sem especificar a zona geográfica.