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João Telles jr. Triunfa em Amareleja

João Telles jr. desenha uma extraodinaria lide ao único Couto de Fornilhos que se mostrou verdadeiramente colaborador. Grupo de Moura ganha o prémio de melhor grupo em praça.
15 de Agosto de 2011 - 02:39h Crónica por: - Fonte: - Visto: 2386
João Telles jr. Triunfa em Amareleja

Com as bancadas quase cheias, saiu à arena da praça de toiros de Amareleja um curro de Couto de Fornilhos que se apresentou bastante desigual quer de trapio, quer de idade e comportamento. De excepcional bravura o 5º; de bom jogo mas exigente o 2º; mansos mas com algumas possibilidades o 1º, o 3º e o 4º; impossível de tourear o 6º. Nos cavalos actuou Ana Batista, que lhe faltaram argumentos para dar a volta aos complicados Couto de Fornilhos que lhe tocaram em sorte; João Telles jr., que efectuou uma lide de mérito ao seu primeiro e a melhor actuação da tarde frente ao segundo do seu lote; e Tiago Carreiras, que se apresentou valente mas sem possibilidades de triunfo. As pegas estiveram a cabo do grupo de Moura, com uma pega à segunda e outra à primeira – prémio para o melhor grupo em praça; Amareleja, com duas pegas de cernelha depois várias tentativas de caras falhadas; e Póvoa de São Miguel, com uma pega ao segundo e outra ao primeiro intento.

O primeiro toiro da tarde, um negro, nascido em 2007 e marcado com o número 28 acusou os seus quilos a mais ainda mal tinha começado a actuação de Ana Batista. Este Couto de Fornilhos apresentou crenças na zona dos curros, falta de mobilidade, falta de bravura e de transmissão. Tudo o que fez foi porque a isso foi obrigado e quando o fazia não punha emoção em nada. Frente a isto, também Ana Batista não esteve à altura de dar a volta à situação, recorrendo aos seus bandarilheiros para colocar o toiro na maioria das sortes e cravando ferros traseiros, descaídos e sem emoção. Pelo Real Grupo de Forcados Amadores de Moura, partiu para a cara deste manso Couto de Fornilhos Fábio da Conceição Branco, que depois de uma primeira tentativa onde não se entendeu com o toiro no momento da reunião, consumou ao segundo intento numa pega rija onde aguentou os derrotes altos que se estenderam pelo “grupo a dentro”.

O segundo do lote de Ana Batista (4º da tarde), um bonito cinqueño, negro bragado de pelagem e marcado com o nº 22, ainda tem menos para contar. Saiu com “chispa” dos toriles, mas foi parado no centro do ruedo por um dos bandarilheiros da cavaleira. Um emocionante recibo de capote, mas nas bancadas o que se queria ver era toureio a cavalo. Ainda antes do primeiro ferro comprido já este Couto de Fornilhos estava metido em tábuas, complicando bastante a ferragem comprida a Ana Batista. Nos curtos a história foi igual, o toiro cravava as unhas na arena e esperava pela montada até ao último momento. A cavaleira mais uma vez foi incapaz de dar a volta às dificuldades, não se mostrando muito feliz na escolha dos terrenos e desenhando uma lide sóbria, que nunca chegou às bancadas da Amareleja. Nos forcados a história foi diferente, sendo neste toiro que o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura consumou a pega tecnicamente mais correcta da tarde. À cara foi chamado João Cabeça, que foi buscar este Couto de Fornilhos junto às trincheiras, carregando-o com valentia e aguentando com puder os bruscos primeiros derrotes e a longa viagem. “De tirar o chapéu” foram as primeiras ajudas desta pega, a cargo de José Penalti, que também ele deu uma merecida volta ao reudo.

Mas o ponto alto da tarde viveu-se quando João Telles jr. lidou o 5º da corrida, o único onde os tendidos da Amareleja aqueceram verdadeiramente. Este corniapertado cinqueño, de pelagem negro entrepelado bragado e marcado com o nº 23 foi o que mais possibilidades de triunfo ofereceu. Destacou-se a prontidão, transmissão e mobilidade que este Couto de Fornilhos apresentava no desenhar das sortes, características raras neste curro. Telles jr. aproveitou da melhor forma a boa condição do toiro: começou com três ferros compridos de excelente nota, apostou em emocionantes quiebros no desenhar da ferragem curta e finalizou com um violino que incendiou as bancadas. Pelos Amadores da Amareleja, partiu para a cara deste excelente exemplar de bravura Ezequiel Gato que após três tentativas falhadas foi levado para a enfermaria. À dobra foi chamado Agostinho Canhoto, que também não teve possibilidades para consumar. Finalmente são chamados Júlio Andrade e Valter Valente, para efectuarem uma pega de cernelha, onde pouco de positivo há para assinalar.  

Também o primeiro do lote de João Telles jr. (2º da corrida), um negro, nascido no ano de 2008 e marcado com o nº27 ofereceu condições para ser lidado, pena foi a actuação não começar da melhor forma ao jovem cavaleiro, falhando varias vezes o toiro no desenhar do segundo ferro comprido e depois, nos curtos, por duas ocasiões caírem ao solo ferros cravados de forma eximia. Tudo isto levou a que João Telles jr. não andasse muito contente diante deste Couto de Fornilho, recusando-se mesmo a dar a volta à arena, depois de uma lide que o merecia claramente, já que cravou ferros de boa nota. Mais uma vez a tarefa do grupo da Amareleja não foi nada fácil. Depois de três tentativas que enviam os caras Hélder Adivinho e Ricardo Quadrado para a enfermaria, são chamados para a cernelha Júlio Andrade e Valter Valente, que efectuam uma sorte de escassa emoção.  

Tiago Carreiras foi o que teve menos oportunidades de se luzir. O seu primeiro (3º da corrida), um negro mulato bragado, nascido em 2007 e com o número 7 cravado a ferro em chama, apenas durou até ao 2º ferro curto. A partir daí o toiro “fechou-se em tábuas” e Carreiras foi obrigado a mostrar o porquê do seu mediatismo, dando a volta às dificuldades e cravando um ferro de dentro a fora e outro contra as querenças do toiro, tapando um pouco a mansidão a este Couto de Fornilhos. Pelos Amadores da Póvoa de São Miguel, José Rodrigues dos Santos consumou à segunda tentativa numa pega emocionante onde o grupo soube “abafar” os fortes e altos derrotes deste complicado Fornilhos.

O 6º da tarde, definindo-o numa única palavra seria: Impossível. Nascido em 2008, de pelagem negro mulato e marcado com o número 50, não deu a Tiago Carreiras as mínimas hipóteses de chegar aos tendidos. Carreiras bastante se esforçou por arrancar palmas à afición da Amareleja, carregando as sortes e pisando terrenos arriscados mas perante a falta de transmissão e mobilidade deste Couto de Fornilhos pouco havia a fazer. Diferente história teve a pega a este 6º da tarde. Miguel Carrapiço, pelos Amadores da Póvoa de São Miguel, fez das tripas coração e arrancou uma extraordinária pega, entendendo-se perfeitamente com o toiro no momento da reunião e aguentando a longa viagem composta por derrotes “secos” e com a cara alta, onde o animal se recusou a “entrar pelo grupo a dentro”, o que complicou ainda mais a tarefa ao forcado da cara.                  

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