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José Manuel Duarte e Grupo de Cascais Triunfam na Aldeia da Luz

Os Lopes Branco deram jogo desigual na tarde de despedida do Bandarilheiro João José
04 de Setembro de 2011 - 15:20h Crónica por: - Fonte: - Visto: 2479
José Manuel Duarte e Grupo de Cascais Triunfam na Aldeia da Luz

Foi com o céu carregado de nuvens que a praça de toiros da Aldeia da Luz recebeu, com as bancadas quase cheias, a corrida que assinalou a despedida do Bandarilheiro da terra João José. Em disputa o prémio para a melhor lide da tarde e para a melhor pega. Nos currais um curro de toiros de Lopes Branco que se apresentaram desiguais quer de apresentação, quer de comportamento. Desinteressado o primeiro, bravo mas com pouco fundo o segundo, colaboradores o terceiro e o sexto, sem força o quarto e bravo o quinto. A cavalo montou Joaquim Bastinhas que andou correcto mas com poucas possibilidades frente ao pior lote, José Manuel Duarte que borrou a primeira lide com um ferro de palmo no final da actuação e consegue o prémio da melhor lide a cavalo frente ao seu segundo e Sónia Matias que esteve empenhada em sacar o máximo possível a dois toiros que se deixaram lidar. Nos forcados actuou o grupo de Cascais (ganhadores da melhor pega da tarde) com duas pegas à primeira e uma de cernelha e o grupo da Póvoa de São Miguel com duas à primeira e uma à quinta tentativa. 

   

Abriu praça Joaquim Bastinhas frente a um negro bragado, nascido em 2007 e marcado com o número 11. Se este toiro não tivesse saído numa praça de toiros ninguém diria que era um toiro bravo. Faltaram-lhe quase todas as qualidades que se pedem a um toiro de lide. Bastinhas frente a isto pouco mais podia fazer que cravar a ferragem e sair do ruedo. Ainda tentou pôr alguma emoção cravando um ferro de palmo e um par por terrenos de dentro mas nem assim as reuniões com o Lopes Branco tiveram transmissão. À cara deste primeiro da tarde foi chamado Paulo Loução, dos Amadores de Cascais, que depois de carregar o toiro vezes sem conta lá ele se decidiu a meter a cara no forcado. Consumou-se à primeira tentativa numa pega fácil, onde o grupo mostrou coesão.

O segundo do lote de Bastinhas (4º da corrida), um negro de escasso trapio e marcado com o número 4, se não tivesse o 7 nas espáduas, muitos diriam que tinha dois anos. Há toiros que têm pouca força mas este não tinha nenhuma, todo o que fez foi um sacrifício para ele. Ainda nem tinham terminado os ferros compridos e já ele estava a perder as mãos, depois do primeiro curto voltou a perdê-las e no final da lide já perdia as mãos e as patas, ou seja, caía “redondo” na arena. Sem “matéria prima” por diante, Joaquim Bastinhas cravou a ferragem da ordem e retirou-se do redondel. Pelos Amadores da Póvoa de São Miguel, André Batista consumou ao primeiro intento numa pega fácil mas em que se notou a grande toreria que corre nas veias do forcado da cara.

A José Manuel Duarte saiu-lhe o melhor lote da corrida. O seu primeiro (2º da corrida), um bonito negro, nascido em 2007 e marcado com o número 5, desde cedo que mostrou que bravura era coisa que não lhe faltava. Saiu dos toriles cheio de “chispa” e foi recebido por José Manuel Duarte com dois compridos de boa nota, onde o toiro tomou a iniciativa, pôs emoção nas reuniões e mostrou fijeza na montada. Pena foi estas qualidades do Lopes Branco apenas durarem até ao segundo ferro curto. A partir daí começou a faltar força ao toiro e a lide não alcançou a dimensão que se esperava ao inicio. Fábio Madeira, pelos Amadores da Póvoa de São Miguel, consumou à primeira tentativa numa pega que se podia ter complicado. A reunião não foi a mais feliz mas Fábio acabou por ficar na cara do toiro e com o grupo a ajudar prontamente conseguiram consumar ao primeiro intento.

O segundo de José Manuel Duarte (5º da corrida) viria a revelar-se o melhor do curro. Negro mulato bragado de pelagem, marcado com o número 12 e nascido em 2007 foi o mais “Toiro” da corrida, quer de apresentação, quer de comportamento. Este Lopes Branco tinha uma característica essencial para se fazerem lides a cavalo emotivas: perseguia a montada com codícia e vontade de a alcançar. Para além disso tinha fijeza e transmissão pelo que, se aguardava espectáculo no ruedo. Com mais uma pitada de mobilidade seria um toiro óptimo para o toureio a cavalo. José Manuel Duarte, frente à boa condição do animal desenhou a melhor lide da tarde. Sempre em distancias curtas e carregando as sortes ao máximo, o cavaleiro cravou, ao estribo, excelentes ferros, os quais adornou com bregas ajustadas que arrancaram fortes aplausos das bancadas da Aldeia da Luz. No final, com o toiro desembolado de um piton, Dário da Silva e Paulo Cardador, dos Amadores de Cascais, pegaram de cernelha este quinto Lopes Branco da tarde.  

O lote dos que eram colaboradores mas que tinha de ser o cavaleiro a meter a emoção estava reservado para Sónia Matias. O seu primeiro (3º da corrida), um negro salpicado, nascido em 2007, marcado com o número 9 e com uns quilos a mais para a sua conformação, deixou-se lidar e desenrolou um bom fundo. Nunca pôs grande emoção nas reuniões, metia a cara mas não queria colher a montada, mas Sónia soube dar a volta a isso e desenhou uma lide de menos a mais. Depois de dois compridos com pouco para contar, cravou os dois primeiros curtos sem que das bancadas se ouvissem grandes aplausos. Foi no terceiro curto que a lide começou a ganhar dimensão, Sónia encurtou as distâncias, carregou a sorte e cravou “en todo lo alto”, formando um alvoroço nos tendidos da Aldeia da Luz! Já com o publico “metido” crava um excelente violino, seguido de um ferro de palmo que as bancadas aplaudiram com força. Pelos Amadores de Cascais, Ventura Doroteia foi buscar este Lopes Brancos a tábuas e fechado à córnea arranca uma pega rija que lhe vale o troféu para a melhor pega da tarde.

No último da tarde, um negro, nascido em 2007 e marcado com o número 15, Sónia Matias volta a desenhar uma lide de menos a mais. Começou com dois compridos onde o toiro apertou depois do consumar das sortes, seguiu para os curtos e o toiro “pregou-se” à arena, dificultando a tarefa à cavaleira. Sónia, tal como no primeiro, encurtou distâncias, carregou as sortes e cravou três emotivos ferros curtos e um de palmo que os tendidos da Luz aplaudiram com força. Fábio Guerreiro, pelos Amadores da Póvoa de São Miguel, consumou à quinta tentativa, depois de quatro intentos onde umas vezes por culpa do toiro, outras por culpa do forcado a sorte não se consumou.              

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