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Noite de Grande Triunfo de Rui Fernandes e Amadores da Chamusca na Nazaré

Grande triunfo de Rui Fernandes, numa corrida transmitida pela televisão, daquelas que promovem a festa e recrutam aficionados.
09 de Setembro de 2011 - 12:42h Crónica por: - Fonte: - Visto: 3374
Noite de Grande Triunfo de Rui Fernandes e Amadores da Chamusca na Nazaré

A Nazaré, engalanou-se de neblina e cheiro a maresia, para receber com praça cheia e numa noite de temperatura amena, uma boa corrida de toiros transmitida pela televisão, daquelas que atraem novos aficionados e promovem a festa brava.

Três grupos de forcados em praça, Aposento do Barrete Verde de Alcochete, Amadores da Chamusca e Aposento da Chamusca, a disputar um troféu para melhor pega e um lugar na Corrida de Gala à Antiga Portuguesa no Campo Pequeno.

Um curro de toiros da ganadaria Vinhas, que no geral tiveram um bom comportamento e cinco anos de idade.

De casaca vermelho vivo vestida, entrou em praça Joaquim Bastinhas para lidar o primeiro toiro da noite com 530Kg de peso. Coloca os dois primeiros compridos à tira e no segundo, recebe um ligeiro toque na reunião, em que colocou a cilhas passadas. Nos curtos, o primeiro não é em nada diferente dos compridos, com a banda a tocar após a colocação do ferro. Coloca um bom segundo curto citado de frente para de seguida, colocar mais um curto e uma rosa a cilhas passadas, com uma praça que explode em contentamento, pedindo mais um ferro ao cavaleiro de Elvas. Com a exuberância habitual, prepara-se para o par de bandarilhas e com menos toiro a reunir, Bastinhas passa em falso para depois cravar apenas uma. Emendou de seguida com novo par de bandarilhas com que terminou a sua actuação.

Sorridente e empático, recebeu o segundo de seu lote, um toiro salgado, cornivuelto, com 505Kg e que pareceu estar diminuído fisicamente, apesar de demonstrar interesse. Nos compridos, colocou dois ferros à garupa. O primeiro quase que não partia e quando o fez, a parte anterior caiu na arena. O hastado demonstrava pouca mobilidade e o cavaleiro de Elvas coloca o primeiro curto a cilhas passadas, com o ferro a não ficar. Havia uma novidade em praça, as bancadas assobiavam Bastinhas, que se “arrimou” para colocar ao estribo um bom ferro. De seguida, coloca mais um curto a cilhas passadas e sofre um empurrão que o levou a trocar de montada. De volta à arena, coloca um descaído violino para de seguida, e após passar três vezes em falso, terminar uma lide em que não houve música, com mais um ferro, a um oponente que demonstrou interesse mas pouca disponibilidade física para o satisfazer. No final e por insistência do forcado, foi ao centro da praça agradecer.

 

Rui Fernandes, de casaca azul vestida, recebeu nos médios o exemplar de 490Kg. Colocou o primeiro comprido algo descaído, a um desinteressado oponente que respondeu de imediato assim que sentiu o ferro. Nos curtos, prendeu a atenção do toiro citando de frente e apenas assente nos posteriores. Mas no momento da reunião, o exemplar perdeu as mãos e o ferro não ficou. O público reconheceu o labor do cavaleiro, pediu com força que soasse música, pedido acedido de pronto pelo director de corrida. De seguida coloca um excelente ferro na cruz, após um cite curto e com o quiebro bem nos terrenos do hastado. Se o segundo curto foi excelente, que dizer do terceiro? Ferro que cravou em terrenos de maior compromisso e com o mesmo desenho de sorte, que resultou ainda mais carregada. As bancadas estavam mais do que ligadas com a lide e aplaudiam-na com entusiasmo, enquanto Rui Fernandes colocou mais um bom ferro, citado primeiro em passo espanhol, depois com a mão direita da montada bem levantada e nas barbas do toiro. Praça de pé a aplaudir e Rui Fernandes, após passar em falso, coloca um ferro que não teve o mesmo brilho dos anteriores mas que não diminuiu em nada a sua actuação. Grande lide de Rui Fernandes, que com suavidade, temple e rigor nas colocações, abandonou o ruedo sem colocar novo ferro, pedido com veemência pelas bancadas. Como o rendimento do toiro já estava em declínio e o triunfo conquistado, mostrou ter serenidade e sentido de lide, qualidades inerentes a uma figura de toureio.

Regressa sob fortes aplausos para lidar o quinto toiro da noite. Um exemplar bem apresentado nas formas, de córnea algo fechada e com 535Kg. Se nos compridos passou com regularidade, surgiu com o Vivaldi para os curtos, onde provou a investida do oponente para de seguida colocar um ferro em que faltou toiro. Assim, Rui Fernandes encurtou distâncias para colocar mais um ferro que resultou bem rematado. Troca de montada, cita com um balanceio que incendiou a praça e coloca dois ferros bem ao estribo e com uma pirueta a sair da cara do hastado. Nova montada para um excelente par de bandarilhas, que levantou de novo uma praça em aplausos, enquanto a montada agradecia no estribo das tábuas.

 

Com a fasquia colocada bem alta pela primeira lide de Rui Fernandes, entrou em praça Tiago Carreiras, de casaca azul vestida, para lidar o primeiro de seu lote. Um manso muito alto, com 545Kg e que procurou sempre o refúgio das tábuas. Numa lide que foi melhorando de prestação com o decorrer da mesma, passou nos compridos com regularidade. Nos curtos, surgiu em praça em passo espanhol e num cite de praça a praça, pescou o primeiro ferro numa reunião sem entrega por parte do toiro. Sem se perceber a banda tocou e Tiago Carreiras colocou mais um ferro com as mesmas características do anterior. O toiro tinha um carácter mais reservado que os antecessores e o cavaleiro teve de fazer pela vida para prender a atenção do seu oponente. Colocou um bom ferro em que carregou mais na reunião, factor com ainda mais valor no ferro seguinte. Terminou a lide com mais um bom ferro, em terrenos de compromisso.

O seu segundo do lote era um toiro pequeno, cornicorto, volumoso nas formas e com 510Kg. O primeiro comprido resultou descaído para depois emendar no segundo ferro. Nos curtos trouxe o Quirino, que na brega deixou o oponente nos médios. O toiro não partiu a reunir e o cavaleiro preferiu, e bem, não deixar o ferro, para de seguida o colocar com mais entrega do oponente. O toiro empregava-se a galope a perseguir, o cavaleiro incitava as bancadas para mais um ferro, que é colocado a uma certa distância de um oponente que teimava em reunir com desconfiança. De seguida coloca o melhor ferro da sua segunda actuação, citado de frente e com verdade, com mais toiro na reunião e com resposta pronta assim que sentiu o ferro. O oponente subiu e muito de produção a reunir e Tiago Carreiras coloca um valoroso ferro ao piton contrário. Terminou a pedido do público com um bom ferro curto em tudo semelhante ao anterior. Boa actuação de Tiago Carreiras.

Pelo Grupo de Forcados Amadores do Aposento do Barrete Verde, Diogo Amado realizou uma boa e dura pega à primeira tentativa. Aguentou com uma calma olímpica a investida do toiro, reunindo à córnea, numa viagem violenta até ao grupo, com um dos ajudas a ser sacudido e com o grupo a consumar.

Diogo Timóteo viu o oponente arrancar de pronto, com muita velocidade e com a cara por cima, bateu no forcado que não conseguiu agarrar. À segunda e com distâncias encurtadas, o toiro bateu forte no forcado e tirou-o da cara. Pegou à terceira com as ajudas carregadas.

Nuno Luís, pelo Grupo de Forcados Amadores da Chamusca, realizou uma limpa e rija pega à primeira tentativa. Ainda estava a meio do cite quando o toiro arrancou carregado de pata, reunindo à córnea no centro do ruedo, de encontro ao grupo e em permanentes derrotes, que consumou com coesão. Recebeu, com toda a justiça, o troféu da melhor pega da noite em disputa.

Diogo Cruz viu o oponente arrancar cedo demais, dando a ideia que o forcado não contava com tão súbita arrancada, e com dificuldades para recuar não se fechou. À segunda e com o toiro a arrancar a mando, bateu no forcado que se fechou à barbela, numa viagem até ao grupo que com coesão, consumou de imediato.

Pelo Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Chamusca, Rui Rodrigues executou uma pega à primeira tentativa, com o toiro a empurrar a direito para o grupo e sem bater muito, tropeça num dos elementos e cai sobre o lado direito, sem consequências de maior, para depois o grupo consumar com valentia.

Rui Salgueiro, executou em quase silêncio absoluto o cite mais bonito da noite mas teve dificuldades em recuar, não conseguindo assim fechar-se. À segunda o toiro bateu forte e por cima, tirando o forcado da cara. Pegou à terceira com as ajudas carregadas e com o grupo a consumar.

 

Foto João Polónia


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