Monforte registou uma verdadeira "enchente" de Público

Monforte, concelho com fortes tradições tauromáquicas, berço de diversas ganadarias, cavaleiros tauromáquicos, bandarilheiros, coudelarias taurinas, forcados e novilheiros, vila onde se situa a mítica praça de touros de “João Moura Pai”, que foi inaugurada em 1987. Actualmente, estava encerrada há mais de três anos porque não tinha licenciamento por parte da IGAC e por necessitar de obras de requalificação.

Integrada nas festas anuais, em Honra de Nossa Senhora do Parto, encontra-se a tão esperada corrida de reinauguração da praça de touros. Sendo o cartel composto pelos cavaleiros da terra, João Moura e Miguel Moura (praticante), e ainda Marcos Tenório. Com pegas a cargo dos grupos de forcados amadores de Alcochete e Monforte, capitaneados por Vasco Pinto e Ricardo Carrilho respectivamente. Lidaram-se seis toiros com o ferro de Francisco Romão Tenório, ganadaria que pasta no concelho de Arronches.

Nesta tarde quente de domingo viveu-se uma verdadeira “enchente” em Monforte, registando-se uma grande presença de público com casa cheia à vista.

Abriu praça o Maestro João Moura que executou uma boa lide, bregando e toureando muito bem. Deixou dois ferros compridos de boa colocação, no que aos curtos diz respeito importa referir que cravou três ferros de boa colocação e de excelente execução, culminou a lide do seu primeiro toiro com três ferros de palmo. Frente ao terceiro touro da tarde cravou dois ferros compridos de boa nota, passou para a série dos curtos cravando três ferros de igual colocação embora consentindo alguns toques na montada, merecendo o nosso destaque os ferros de palmo. Maestro Moura teve esta tarde, na sua terra, mais uma atuação de classe, com bons momentos de toureio, levando uma vez mais a sua arte e emoção às bancadas.

Marcos Tenório, no seu primeiro touro, teve uma lide regular com altos e baixos e com alguns toques na montada pelo meio, sofrendo mesmo uma colhida, sem gravidade, quando cravava um ferro de palmo em sorte de violino, terminando a lide com o já habitual par de bandarilhas. Perante o quinto da tarde, o cavaleiro de Elvas, teve uma lide semelhante à anterior, cravando dois ferros compridos de boa nota, no que aos curtos diz respeito teve regular, havendo por vezes alguma precipitação no momento da cravagem, mas mesmo assim conseguiu, por vezes, chegar com entusiasmo às bancadas nos ferros de melhor qualidade.

A fechar a terna dos cavaleiros estava o praticante Miguel Moura, que no seu primeiro touro andou regular na ferragem comprida, de seguida foi com o famigerado cavalo Mancha Branca que bregou, cravou e rematou todos os curtos, estando em muito por cima do seu oponente. Culminou a lide com um fantástico ferro de palmo e com o público completamente rendido. No seu segundo touro, o benjamim da família Moura, cravou dois ferros compridos de bom nível, optou por ir buscar o cavalo Descarado e rematou a sua lide com três ferros de palmo e algumas dentadas, que o público já aguardava, fechando assim com chave d´ouro a reinauguração da praça da sua terra, no que ao toureio a cavalo diz respeito.

O Grupo de Forcados de Alcochete pegou o primeiro, o terceiro e o quarto touro da corrida, uma vez que à noite pegavam na corrida do Montijo (Agosto, o mês louco também para os homens das jaquetas ás ramagens!). Por Alcochete foram para a cara dos touros Joaquim Quintela à primeira tentativa; António José Cardoso que depois de três tentativas foi dobrado por Diogo Timóteo que concretizou à quarta tentativa; e Tomás do Vale à primeira tentativa.

Por Monforte pegaram Luís Aranha à segunda tentativa; Pedro Peixoto que depois de uma tentativa foi dobrado por Fábio Derreado e Diogo Peças à segunda tentativa.

Os touros da ganadaria de Francisco Romão Tenório cumpriram sem dificultar, sendo no final o ganadeiro chamada à praça.

A Corrida foi dirigida pelo Delegado do IGAC Senhor Agostinho Borges, sendo assessorado pelo Médico Veterinário Dr. José Guerra. Abrilhantou a corrida a Banda Filarmónica do Crato.