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Marcelo Mendes e os Amadores de Arronches Brilharam no Cartaxo

Na tradicional corrida de Encerramento de Temporada no Cartaxo, Fábio Mileu dos Amadores de Arronches levou o troféu, Marcelo Mendes efectuou a melhor lide e o curro Assunção Coimbra foi exigente e não deu facilidades.
02 de Novembro de 2012 - 16:21h Crónica por: - Fonte: - Visto: 2288
Marcelo Mendes e os Amadores de Arronches Brilharam no Cartaxo

A Associação “Gentes do Cartaxo” desafiou a ameaça de mau tempo e levou por diante a organização da Tradicional Corrida de Encerramento da Temporada no Cartaxo, inserida na Feira de Todos os Santos, que apesar de hoje se encontrar reduzida a uma mão cheia de tendas, quando outrora foi uma importante feira medieval.

Um aconchegado ¼ de casa não serve os intentos a que a associação se propôs (angariação de fundos para melhoramentos na praça de toiros), mas também não desanimam a direcção de tão nobre colectividade, que apesar da fraca adesão registada, mantém a intenção a que inicialmente se propôs e assim, darão na temporada vindoura continuidade ao projecto.

O curro Assunção Coimbra não deu facilidades. Numa tarde em que houve somente algum brilhantismo a espaços e disperso pelos intervenientes, foram os Amadores de Arronches e Marcelo Mendes quem mais se destacaram no Cartaxo. Os primeiros, efectuaram duas pegas à primeira tentativa. Louve-se a inesperada decisão da junta de freguesia do Cartaxo em atribuir um troféu de melhor pega, que foi entregue por unanimidade do júri, com inteira justiça, para Fábio Mileu diante do terceiro exemplar da tarde.
Pena que não houvesse troféu para melhor lide, pois Marcelo Mendes merecia levar também essa distinção para casa.

E ao terceiro da corrida, Fábio Mileu dos Amadores de Arronches mal tinha iniciado o cite e já o oponente arrancou pronto e com pata. Embateu de forma rija com o forcado a reunir à córnea, aguentou os violentos e inúmeros derrotes com alma, até o grupo aparecer e consumar o “pegão”.

Também Paulo Florentino dos Amadores de Arronches proporcionou uma boa pega ao fechar a corrida. Citou e mandou no arranque. Fechou-se de forma rija à córnea, numa viagem que ao chegar ao grupo sofreu um desvio, com a formação de Arronches a aparecer com prontidão, para encerrar uma temporada numa tarde/noite num elevadíssimo patamar.

Francisco Cortes abriu a tarde frente a um oponente negro listão, que só partia pela certa, reservado e com sinais de mansidão. Após os compridos adaptou-se às características da rês e optou por sortes à tira, bem desenhadas e de cravagens correctas, proporcionando uma boa actuação.

Marco José viu o segundo da tarde entrar com chispa a direito à montada, colhendo o cavaleiro. O exemplar além de manso, atravessa-se para colher, e nos curtos, quando Marco José parecia ter encontrado as distâncias, voltou a ser colhido, desmontando o cavaleiro com aparato. Sem nunca virar a cara luta, voltou para colocar mais dois ferros sem aliviar as sortes, demonstrando confiança.

Pedro Salvador foi o mais azarado com o sorteio. O oponente era barbaramente tardo, esperava pelo cavaleiro para lá dos limites, dispunha de uma investida desconjuntada e após o segundo curto estava já ensinado, obrigando o cavaleiro a passar algumas vezes em falso.

Tiago Carreiras enfrentou o quarto da corrida, um exemplar castanho que cumpriu sem nunca incomodar em demasia. Na ferragem curta Carreiras reapareceu com o Quirino. Ladeou e rematou as sortes sempre com o desplante emotivo que a montada proporciona, arrecadou o público, que correspondeu com o s maiores aplausos até então.

Seguiu-se Marcelo Mendes perante um astado de extrema nobreza e muito bem apresentado. Se a mim me satisfez mais a eficaz brega que usou, de processos despreocupados com o tempo gasto (apesar de isso provocar ausência de ritmo à lide), ao público agradou mais os remates das sortes, com a montada qual capote, arrancando ruidosos aplausos com os dois pares de bandarilhas com que terminou uma das suas melhores actuações que presenciei. O certo é que se sente que este cavaleiro está mais confiante em praça e que as suas actuações beneficiam disso mesmo.

Fechou a corrida o praticante David Gomes perante o melhor toiro da corrida. O exemplar Coimbra era bravo, tinha pata, nobre e de excelente apresentação. David Gomes revelou alguma precipitação e poderia ter tirado melhor proveito do exemplar que lhe calhou em sorte.

Os Amadores da Tertúlia Tauromáquica do Montijo enviaram Luís Carrilho para o primeiro da corrida. Mandou no arranque e fechou-se à córnea ao segundo intento.
O cabo Márcio Chapa pegou à quinta tentativa.

Pelos Amadores do Barrete Verde de Alcochete foi à cara Leandro Bravo, que pegou à quarta tentativa.
Diogo Amaro tem uma figura franzina e um jeito meio atabalhoado no cite, que até parece que a coisa não vai correr bem. O certo é que se agarra que nem uma lapa, suporta como ninguém os derrotes e revela ser um forcadão. Assim foi ao segundo intento, fechou-se à córnea e não houve modo de o tirar dali.

No final da corrida, Joaquim do Carmo tirou a prova de bandarilheiro profissional perante um exemplar cedido pelo ganadero.

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