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Concurso Ibérico de ganadarias de Arruda dos Vinhos

Era aguardado com muita expetativa o concurso de ganadarias de Arruda dos Vinhos, principalmente pelas ganadarias que integravam o cartel. Ainda que não tenha correspondido às expetativas, foi um espectáculo agradável.
19 de Agosto de 2013 - 12:24h Crónica por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2496
Concurso Ibérico de ganadarias de Arruda dos Vinhos

Era aguardado com muita expetativa o concurso de ganadarias de Arruda dos Vinhos, principalmente pelas ganadarias que integravam o cartel. Ainda que não tenha correspondido às expetativas, foi um espectáculo agradável e com bons momentos de toureio e emoção.

A corrida iniciou-se com 10 minutos de atraso, facto compreensível, porque à hora do início do espetáculo, ainda se registava a entrada forte de público. A praça estava praticamente cheia, não só devido ao cartel, mas também devido à data festiva. O terreno da praça estava demasiado solto, o que em alguns casos, dificultou a prestação dos intervenientes.

Abriu praça o cavaleiro Luís Rouxinol, com o exemplar de Miura, com o nº41 e com 610 kg de peso. Foi um toiro muito em tipo do encaste Cabrero, bisco e escorrido de carnes, mas que em termos de comportamento não foi o melhor. Saiu sério, mas” lento” e “pastoenho” e precisava de voz para arrancar-se, se bem que no capote tinha um bom comportamento. O toureiro tentou recebê-lo em sorte de gaiola, mas a saída reservada do toiro, muito caraterística desta ganadaria, não permitiu a sorte. Nos compridos o cavaleiro esteve correto, e cravou no sítio.

Trocou de montada, e nos curtos andou a gosto, cravou bons ferros, ouviu música ao segundo ferro curto. Terminou com um bom ferro de palmo e um excelente par de bandarilhas.
O segundo do seu lote, foi o exemplar de Oliveira e irmãos. Com o nº 847 e com 530kg de peso, era um toiro bonito, rematado e gravito. Foi um toiro bravo, e saiu com pata, mas era mal visto. Facto que se comprovou na pega. O cavaleiro cravou dois bons ferros compridos, mas descaídos. Nos curtos teve momentos de boa nota, apesar da ferragem ter ficado dispersa. Terminou com um bom ferro de palmo.

O segundo cavaleiro em praça foi o Duarte Pinto, que está a atravessar um bom momento da sua carreira. Possui uma quadra muito eficiente e muito bem apresentada. Calhou-lhe em sorte o toiro de Palha, com o nº829 e 535kg de peso. Foi um toiro muito bom, apesar de ter pouca cara era um toiro rematado e mesmo bravo. O Duarte Pinto não desperdiçou a oportunidade e fez uma grande lide. Nos compridos esteve muito bem, a colocar o toiro, a citar e a cravar. Cravou 5 ferros curtos ao estribo todos de muita qualidade. De destacar o 5º ferro que apesar do leve toque sofrido, deu todas as vantagens ao toiro, de praça a praça, com muita verdade e emoção.

No seu segundo toiro já não teve tanta sorte. O exemplar de Cebada Gago com o nº 70 e 500kg de peso, foi um toiro manso. Entrou reservado e apesar do Duarte Pinto ter estado correto nos compridos, ao 2º comprido, já o toiro vinha a menos, e a saber de onde vinha o castigo. Cravou 4 ferros curtos, que apesar da muita vontade do toureiro, foram os ferros possíveis. Fez o que pode com o toiro fechado em tábuas, ouviu musica ao segundo ferro.
O Duarte é um cavaleiro que comunica com o público, e honestamente justificou a saída no momento certo.

O último cavaleiro da noite a entrar em praça, foi o Salgueiro da Costa. O seu primeiro toiro foi o exemplar de Vitorino Martin, com o nº89 e 590kg de peso, muito em tipo do encaste Saltillo, característico desta ganadaria. Era um toiro imponente, com muito trapio e que como já aconteceu em outras ocasiões onde esta ganadaria foi a concurso, contava já com 5 anos de idade o que em nosso entender é prejudicial. Saiu dono e senhor da praça e colheu o cavaleiro com aparto. No entanto, Salgueiro da Costa esteve corajoso e valente, trocou de montada, e partiu para a lide da noite, a afrontar o “Vitorino” em terrenos muitos fechados, a rematar bem as sortes em terrenos de dentro e muito “apertados”. Fez uma lide com muita verdade e emoção, e em algumas situações cortou a respiração aos aficionados, com o cavalo a ir destemperado para cima do toiro onde acolhida parecia eminente, o último ferro foi mesmo muito bom.

O seu Segundo toiro, foi o exemplar de Murteira Grave, com o nº141 e com 540kg de peso. Era um toiro muito bonito, uma estampa, como é habitual nos exemplares que provêm de Galeana. No entanto, o seu comportamento não correspondeu esperado e foi um toiro manso, com arreões de manso, que muito dificultam as lides. Nos compridos o cavaleiro esteve correto, e na ferragem curta fez o que o toiro permitiu, apenas cravou 3 ferros e não havia matéria-prima para mais.

No capítulo das pegas, por Montemor, pegou o forcado Francisco Borges o toiro de Miura, uma pega correta, em todos os tempos. O forcado mandou na investida do toiro, com o grupo lá bem atrás, aguentou um derrote violentíssimo, e foi até tábuas com o grupo a ajudar e a rabejar bem. Para a cara do Vitorino Martin, foi o forcado Filipe Mendes, o forcado teve de ir buscar o toiro lá muito acima, mas depois de uma reunião forte, o toiro não complicou e fez uma viagem longa, com o toiro a fugir ao grupo. A última pega por Montemor foi para o forcado Manuel Ramalho, que esteve muito bem a mandar no toiro, recebeu na perfeição,  e aguentou muito bem os derrotes do toiro, o grupo não ajudou tão bem como costume, e o forcado teve de lá ir outra vez, para mais uma grande pega, e aqui o grupo já esteve mais coeso.

Pelos forcados de Arruda dos Vinhos, foram caras os forcado s Fábio Correia, Rodolfo Costa e António Santos. Pegaram todos os toiros à segunda tentativa, em que os forcados da cara estiveram corajosos e valentes, mas em que algumas situações o grupo não ajudou como devia, falta talvez de oportunidades para entrar em praça. A acreditamos se forem corrigidos alguns pormenores, e as oportunidades surgirem, poderá vir a ser um grande grupo de forcados.

Todos os cavaleiros e forcados deram a voltas da ordem, com uma segunda volta para o cavaleiro Salgueiro da Costa e para o forcado Filipe Mendes.

O prémio Bravura foi para o toiro Palha, e o prémio de apresentação foi para o toiro de Murteira Grave. Decisão em que estamos plenamente de acordo.

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