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Em Coruche Morou a Classe de Ribeiro e Telles

Tarde quente em Coruche com a praça com mais de metade da lotação preenchida para a corrida de toiros integrada nas Festas de Nossa Senhora do Castelo, num evento que teve excelentes momentos de toureio proporcionados por todos os intervenientes.
19 de Agosto de 2013 - 23:06h Crónica por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2389
Em Coruche Morou a Classe de Ribeiro e Telles

Tarde quente em Coruche com a praça com mais de metade da lotação preenchida para a corrida de toiros integrada nas Festas de Nossa Senhora do Castelo, num evento que teve excelentes momentos de toureio proporcionados por todos os intervenientes.

O público de Coruche deixou claro, e com absoluta transparência, que quando um triunfo é de facto real, inequívoco e não fabricado pela imprensa taurina, este acorre às praças de toiros para ver tourear o triunfador da temporada. E isso foi patente sempre que João Telles Jr pisava o ruedo coruchense. Foi o cavaleiro sempre mais aplaudido e notou-se que a maioria daqueles que estavam nas bancadas tinham ali se deslocado para ver o jovem da Torrinha. Prova disso, é que até nem foi a melhor tarde de Ginja esta temporada, sem que isto signifique que tenha estado mal na corrida, nada disso. Houve porém a excelência e a classe da segunda lide de António Telles e o brilhantismo da primeira de Vítor Ribeiro, que se sobrepuseram às lides de João Telles Jr. Contudo, nesta temporada, é em Ginja que está a mira de quem se desloca às praças de toiros e Coruche foi a absoluta prova disso.

O curro Pinto Barreiros esmerou-se na apresentação. Exceptuando o último da ordem, não foram toiros que tivessem pata ou imprimissem uma emoção à antiga, mas foram excessivamente nobres, investiram e perseguiram as montadas, deixando-se lidar num tranco suave, mas impondo problemas aos cavaleiros.

E foi António Telles o primeiro a abrir a tarde de Coruche, diante de um andarilho de 475Kg de peso, que media as arrancadas e tapava-se à primeira nesga. Irregular nos compridos, o cavaleiro da Torrinha acoplou-se com o oponente ao segundo curto, sempre com uma brega paciente, na cadência disponível do astado e com colocações exactas. Mas foi no quinto que sobressaiu a soberba classe de António Ribeiro Telles. Diante de um nobre oponente de 500 Kg, António Telles espalhou classe e maestria em Coruche, assinando um tratado de toureio de verdade, com uma actuação absolutamente soberba. Numa brega irrepreensível, sempre ligado com o oponente, e com o pasodoble em absoluta sintonia com o se passava em praça, selecionou os terrenos, colocou onde quis o oponente (sempre nos médios), colocou todos os curtos ao estribo, sem nunca se ter desviado um instante sequer do centro das sortes. António Telles esteve com uma solidez inquietante e levou de Coruche um triunfo dos dele, com muita, mas mesmo muita maestria.

O regresso de Vítor Ribeiro nesta temporada foi uma das boas notícias. Corria-se o risco de não corresponder como se esperava no seu regresso, mas o cavaleiro teima em não desapontar ninguém. Rubricou duas excelentes actuações e só foi pena ter tido menos toiro na segunda lide. No segundo da tarde lidou um oponente de 490Kg, nobre, voluntarioso, com um tranco dócil, mas que de saída perseguiu codicioso com o rabo empinado. A lide transbordou em classe e em verdade. Escutou a banda logo no primeiro curto, bregou com regra e selecionou os terrenos de uma forma que até parece ser fácil. Cravou os dois primeiros ao estribo e rematou sempre a dobrar o piton e a trazer o toiro toureado na garupa. No sexto enfrentou outro nobre de 460Kg, que faltava no momento da reunião mas que seguiu sempre pelo seu caminho. E foi pena que faltasse um pouco mais de toiro, pois a lide é semelhante à anterior, demonstrando que podem contar com ele para o que falta desta e para as futuras temporadas.

João Telles Jr atravessa um grande momento, é o cavaleiro em foco em 2013 e começa a arrastar público às praças para o verem tourear. No terceiro da tarde enfrentou um oponente com 460Kg, logo de saída com coisas de manso e que acabou por confirmar após o segundo curto. A lide de Ginja estava a confirmar o estatuto que tem granjeado nesta temporada, com cravagens emotivas, exactas, bregadas como só o consegue uma Figura fazer. Mas o manso deu de si após o segundo curto. Se já acudia pouco, então deixou mesmo de o fazer e ao 4º curto prostou-se na arena. No sétimo o cavaleiro cedo resolveu dar às bancadas o que estas pretendiam. Provou o astado com duas passagens e dois quiebros, e assim assentou a lide do último da ordem. Faltou pisar um pouco mais os terrenos, pois o oponente era nobre e tinha pata, empregava-se a reunir e João Telles Jr efectuou as batidas dando distâncias. O certo é que a praça delirou com o que viu, retribuiu com os maiores aplausos de toda a corrida e deu por bem empregue o preço do bilhete.

No meio da corrida intrometeu-se Jacobo Botero diante de um oponente de 460Kg bem rematado e composto de cara. Andou alegre e vibrante desde os compridos, após receber à porta gaiola. O jovem colombiano chega com facilidade às bancadas, variou as sortes, os cites, até ao violino e uma rosa com que terminou a sua actuação.

Os Amadores de Coruche teve uma grande tarde na sua terra. O cabo Amorim Lopes fechou-se na barbela ao primeiro intento. Luís Gonçalves fechou-se na córnea ao primeiro intento, numa viagem nobre até ao grupo. Paulo Oliveira citou com classe, mostrou-se ao oponente, toureou com a voz e fechou-se na córnea à primeira tentativa. José Sousa fechou-se ao segundo intento na córnea, diante um astado que metia mal a cara. João Peseiro também reuniu à segunda tentativa e na córnea, após embate rijo e por alto. José Marques viu o toiro arrancar mal se virou, fechando-se numa rija barbela ao primeiro intento. Fechou a tarde já noite, Ricardo Dias à primeira tentativa.

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