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Uma À Ventura no Montijo

Com um Rui Fernandes sólido e muito consistente, a praça encheu para ver Ventura, frente a um bravo e a um manso, e com os dois grupos de forcados em destaque.
29 de Julho de 2013 - 23:58h Crónica por: - Fonte: - Visto: 2508
Uma À Ventura no Montijo

No Sábado o Montijo quase que encheu na totalidade a Praça Amadeu Augusto dos Santos para a anunciada pela empresa, “A Corrida do Ano”.

“A Corrida do Ano” talvez seja exagerado mas faz parte da promoção do evento. O certo é que quem se deslocou à Monumental do Montijo, o fez para ver Diego Ventura, ou melhor, fê-lo para ver as mordidelas de Morante e acabou por ver duas lides distintas do rejoneador. A primeira como que provando que tem mais para dar do que uma mera lide trazida de casa, e a segunda para satisfazer os intentos de quem pagou o bilhete, com os habituais números equestres com os quais construiu um nome. Assim se conclui que na noite de Sábado houve apenas uma à Ventura no Montijo.

Se por norma quem compõe um cartel com Ventura serve apenas esse mesmo propósito, no Sábado a Amadeu Augusto dos Santos assistiu a duas boas lides de Rui Fernandes e um Francisco Palha nem sempre constante mas com pormenores bem satisfatórios.

O curro Conde Cabral foi mesmo o pior da noite do Montijo. Se na apresentação estavam bem ajustados e com pesos compreendidos entre os 460Kg e os 500Kg, no comportamento o segundo foi um bravo que pediu contas, e os restantes ou foram mansos, ou cumpriram sem incomodar por demais.

Rui Fernandes abriu a praça frente a um negro de 480Kg, com pouca mobilidade e que assim que recebeu o primeiro curto, acusou o toque da bandarilha e iniciou uma perseguição à mesma, como um cão enlouquecido que persegue a sua própria cauda. O cavaleiro da Charneca da Caparica ajustou-se exemplarmente à condição do oponente, bregou quase sempre a passo, colocou sempre o astado nos terrenos e cravou com critério. No quarto da noite enfrentou um manso encastado com 500Kg de peso, que nunca incomodou. A lide tem dois momentos distintos. O primeiro até ao 3º curto em que bregou de forma simples mas eficaz, sem “rodriguinhos” desnecessários e colocou sem mácula a ferragem. A partir daqui trocou de montada, o oponente encontrava-se rachado e Rui Fernandes citou com balancés, rematou com piruetas e guardou os aplausos do público.

Diego Ventura lidou o segundo da noite com 470Kg. Um exemplar bravo que perseguia com o rabo arqueado, partia para comer e sempre primeiro que a montada. A lide de Diego Ventura foi bem agradável nos compridos, com o cavalo de saída a ter de pisar os terrenos e com as sortes a resultarem com critério. Durante a troca de montadas o astado levou uma tareia da quadrilha. Lances e mais lances retiraram alguma espontaneidade do oponente mas não lhe levaram a casta. O rejoneador escutou a banda tocar, de forma inesperada, no segundo curto, quando colocou o ferro quase na papada do astado. Terminou a sua actuação com um bom par de bandarilhas e dois violinos de palmo à meia-volta. No quinto tudo se transfigurou. O oponente tinha 500Kg de mansidão e nunca partiu para coisa alguma. Diego Ventura fez uso da quadrilha para colocar em sorte o oponente e foi deixando a ferragem perante tímidos aplausos das bancadas. Até que foi buscar o Morante para duas séries de mordidelas e lá se foi a timidez da Monumental do Montijo. A praça colocou-se de pé à primeira investida da montada e desfez-se em infindáveis aplausos.

Francisco Palha teve o pior do lote Conde Cabral. O terceiro da noite pesava 460Kg e desde cedo encontrou o sustento das tábuas e não teve vergonha de exibir-se como manso. Francisco Palha andou esforçado e tentou de tudo para dar a volta ao astado. Tem um terceiro curto bem executado, resultado nada mau perante um exemplar que se virava para tábuas mal era fitado pela montada. O último da noite pesava 465Kg e foi um encastado, que investiu de uma forma descomposta, quer nos capotes, como nas montadas e que acusou em demasia os quiebros. Assim que lhe era brindado o engano, investia ao mesmo com determinação e provocou que a maioria das sortes resultasse pescada. Francisco Palha no final tentou colocar 3 pares de bandarilhas, das quais resultou sempre meio par. Finalizou uma lide de 13 ferros cravados, com uma rosa.

Na forcadagem abriu a noite Hélio Lopes pelos Amadores do Montijo. Fechou-se na barbela à segunda tentativa. Ricardo Almeida foi para a cara do segundo. Efectuou a chamada mas o Conde Cabral não se arrancava. É efectuado o toque ao toiro. O astado investe ao toque. Ricardo  Almeida faz nova chamada, mas o oponente virou-se e investiu com pata para o forcado da cara, completamente fora da formação do grupo. Ricardo fecha-se de forma rija à barbela e sem grupo atrás, apareceu o bandarilheiro Jorge Alegrias a substituir o grupo. Alegrias ajudou a consumar a pega ao primeiro intento. A praça gritou “Toureiro!” e durante a volta de cavaleiro e forcado, quer a praça, como os restantes intervenientes, chamavam por Alegrias para também ele dar a volta. Jorge Alegrias aceita o seu papel de subalterno e recusou o acto.
Fechou a noite dos Amadores do Montijo, o cabo Ricardo Figueiredo, com uma barbela ao primeiro intento.

Pelos Amadores de Alcochete, Ruben Duarte fechou-se na córnea à segunda tentativa, com uma valorosa primeira ajuda, numa bela pega ao toiro bravo da corrida. O cabo Vasco Pinto fechou-se na córnea ao primeiro intento, num toiro que humilhou e reuniu por baixo, tentou despejar Vasco Pinto na arena, voltando-se sobre o cabo dos Amadores de Alcochete, que consumaram com coesão. Fechou a noite o aniversariante Nuno Santana à primeira tentativa, com a banda a brindar-lhe os parabéns, quando iniciava a volta à arena.

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