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A Corrida das Festas da Praia

Praça cheia, Amadores da Tertúlia Terceirense e Amadores do Ramo Grande com seis pegas ao primeiro intento, duas lides de grande nível de Manuel Telles Bastos, uma lide em crescendo de João Pamplona e um bom exemplar de João Gaspar.
05 de Agosto de 2014 - 19:08h Crónica por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 1920
A Corrida das Festas da Praia

Praça cheia, Amadores da Tertúlia Terceirense (GFATTT) e Amadores do Ramo Grande (GFARG) com seis pegas ao primeiro intento (ainda que algumas de forma pouco ortodoxa), duas lides de grande nível de Manuel Telles Bastos, uma lide em crescendo de João Pamplona e um bom exemplar de João Gaspar. Com esta frase estaria espelhado o que de melhor se viveu na Praça de Toiros “Ilha Terceira”, no âmbito da corrida Concurso de Ganadarias integrada nas Festas da Praia 2014.

Mas recuemos ao início. Luís Rouxinol teve pela frente um lote complicado. O seu primeiro toiro, nº20 da ganadaria de Rego Botelho (RB), mostrou-se distraído e desligado das sortes. Após a cravagem dos compridos foi procurando tábuas. O Cavaleiro, após alguns desacertos com o cavalo de saída, trocou de montada e procurou andar ligado com o oponente, ajustando mais as bregas e mudando-lhe os terrenos. Uma lide em crescendo em que os remates das sortes de forma cingida chegaram às bancadas. No segundo do lote,nº13 da ganadaria de Ascensão Vaz, havia de sair a fava. O toiro mostrava comportamento desigual. Se nos capotes investia com som e a galope, no cavalo desinteressava-se, procurando lugar de fuga. O desinteresse era tão grande que se pensou ter algum problema de visão. Rouxinol procurou lidá-lo, mas sem sucesso. Uma lide e um toiro sem interesse.

Manuel Telles Bastos espalhou classe e maestria equestre. Teve pela frente um bom exemplar de João Gaspar (JG), nº9. O toiro era bom, investia de largo e teve duração até ao final da lide. O Cavaleiro da Torrinha mostrou o quão bem sabe montar e lidar a cavalo. Herdeiro de uma das principais linhas clássicas, mostrou toureio de verdade. Correctíssimo na brega e na escolha dos terrenos, entrou de frente para o oponente, rubricando uma grande lide, agarrando desde logo o triunfo. Apesar das dificuldades apresentadas, por vezes, pelo nº24, exemplar de AV lidado por si em segundo lugar, Telles Bastos manteve o timbre. Seguro a bregar e nas cravagens, foi contornando a investida, cada vez mais alta, do oponente. O toiro ia-se tapando e parando, mas foi sendo levado na contenda. Boa lide em que se pisaram terrenos de compromisso, culminada com um sonante ferro curto que fez vibrar a assistência.

João Pamplona não teve tarefa fácil diante do exemplar, nº15 RB, que lhe coube em sorte. O toiro era reservado e desligado da luta. O jovem da Quinta do Malhinha andou diligente e, com entendimento, foi levando a água ao seu moinho. Destaque para os 3º e 4º ferros curtos, com sortes bem desenhadas e cravados como ditam as regras. Fechou a corrida diante de um exemplar de JG, nº5, que pareceu ter algumas dificuldades ao nível dos quartos traseiros. Apesar do toiro procurar defender-se fisicamente, foi-se empregando e entregou-se à lide. Pamplona conseguiu superar a sua prestação anterior e de forma crescente. Pisou os terrenos do toiro e concluiu uma boa lide, marcada pelo entendimento que teve e pela brega bem medida.

A forcadagem esteve em bom plano, como já foi referido. Pelo GFATTT pegaram José Vicente (sem dificuldade a fechar-se bem e a ser levado com o grupo até ás tábuas), Tomás Ortins (a fechar-se e a aguentar derrotes que o puseram fora da cara, sendo eximiamente ajudado pelo grupo) e Luís Cunha (aguentou uma investida poderosíssima e fechou-se com valentia executando uma grande pega). Pelo GFARG estiveram em praça Bruno Machado (fechou-se sem dificuldade, apesar de ter adiantado um pouco as mãos), Manuel Pires (aguentou uma viagem em que o toiro ensarilhou e fechou-se com uma técnica irrepreensível, numa grande pega) e César Pires (fechou-se com muito poder consumando uma boa pega).

Na direcção do espectáculo esteve Carlos João Ávila, assessorado pelo médico-veterinário Vielmino Ventura. Abrilhantou (e bem!) a banda da Sociedade Filarmónica Espírito Santo da Agualva. No intervalo, a organização da corrida, homenageou João Carlos Pamplona pelos seus 30 anos de Alternativa de Cavaleiro Tauromáquico. O primeiro Cavaleiro de Alternativa dos Açores.

 

O júri deliberou:

- Melhor toiro: nº9, ganadaria de João Gaspar (lidado em segundo lugar)

- Melhor Apresentação: nº24, ganadaria de Ascenção Vaz (lidado em quinto lugar)

- Melhor lide: Manuel Telles Bastos (lide ao segundo toiro)

- Melhor pega: Luís Cunha do GFATTT

 

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