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Noite agradável na tradicional corrida de São Lourenço em Beja

Noite agradável, em Beja para a tradicional corrida de São Lourenço onde Eles e Elas se anunciavam em cartaz num duelo frente a um curro de Lampreia que pediu contas. Meia casa para ver um espetáculo que foi agradável de ver, com emoção e sensação.
10 de Agosto de 2014 - 13:32h Crónica por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2192
Noite agradável na tradicional corrida de São Lourenço em Beja

Noite agradável em Beja para a tradicional corrida de São Lourenço onde Eles e Elas se anunciavam em cartaz num duelo frente a um curro de Lampreia que pediu contas, gente séria e argumentos que muitos não tiveram. Meia casa para ver um espetáculo que foi agradável de ver, com emoção e sensação, mais pelo curro e forcados e menos pelos toureiros.

Joaquim Bastinhas teve pela frente o mais pesado da corrida, com 625 quilos, com cara e trapio que impunha respeito só de olhar. Cravou os compridos da ordem de forma regular. Nos curtos andou mediano, muito por culpa do tamanho do Lampreia que pedia achego mas que só teve cravagens aliviadas e sem arrimo. Terminou com um palmito.

Tito Semedo toreou um toiro de 515 quilos com bom tipo. Começou regular e desenhou uma lide em crescendo. Chegou às bancadas no segundo curto que lhe deu o ânimo que faltava. Cravou um curto em terrenos de compromisso e terminou com um violino de boa nota com a respetiva compensação e reconhecimento pelo público.

Marco José, que substituiu Marcos Bastinhas, recebeu o oponente de 520 quilos com bons compridos à tira e nos curtos desenvolveu uma lide completa, com bons momentos, bregando e rematando como mandam as regras. Teve uma lide limpa, esforçada e foi quem melhor entendeu o toiro que teve pela frente dando a lide necessária e com o toureio mais geométrico, concordante com as linhas do Lampreia.

Sónia Matias abriu a atuação das senhoras perante um toiro que pesou 590 quilos, o segundo mais pesado do curro, e deu lide desigual a um toiro que merecia mais. Não se entendeu com os terrenos e aliviou no momento da cravagem, numa atuação que teve tónica nos violinos com passagem em falso e no capote em excesso.

Ana Batista teve uma noite para esquecer. Os 520 quilos de toiro foram demais para a cavaleira que deixou a ferragem comprida algo passada, fazendo antever o que viria pela frente. Nos curtos deixou toques na montada, passagens em falso e ferros falhados tendo sido resumido na cravagem de um único curto numa daquelas noites que nenhum toureiro quer ter.

Cláudia Almeida, praticante que se apresentava pela primeira vez nesta praça, mostrou garra, desembaraço e vontade de resolver a papeleta desde o primeiro momento. Para o que lhe era exigido ninguém esperava que arrancasse tamanho carinho e entusiasmo do público. Cravou três compridos de boa nota embora com muita velocidade. Nos curtos andou regular, com execuções de nota suficiente mas com o público do seu lado, terminando com um par de bandarilhas que levantou muitos na bancada. Tecnicamente tem muito para evoluir mas tem vontade, querer e é terra boa para dar fruto.

No campo da forcadagem foram solistas pelos de Évora o forcado Dinis Caeiro ao primeiro intento ao tal Lampreia acima dos 600 que saiu para partir tudo, tendo pela frente um forcado com vontade, querer e alma para resolver o que o grupo podia ter complicado por ter estado mal a ajudar. Grande par de braços, fechou-se à córnea do toiro que de tudo tentou para o despejar em tábuas, tendo o forcado levado a melhor. Deu duas voltas merecidas. Ao quarto da noite bateu palmas João Pedro Oliveira que esteve como se pedia. Cumpriu todos os tempos da pega e fechou-se para não largar. Podia ter gorado a tentativa com o grupo a ajudar mal lá atrás com o toiro a desviar ligeiramente a trajetória não tendo o grupo acompanhado a viagem. Chega sozinho a tábuas mas a vontade de lá ficar foi maior.

Por Cascais pegou o cabo Joel Zambujeira à primeira tentativa a um toiro que meteu mal a cara tendo ficado fechado de forma pouco ortodoxa. Para o quinto da noite foi escolhido Bruno Cantinho que se despedia, frente a um toiro que chegou praticamente inteiro à pega, tendo executado uma pega vistosa, tecnicamente correta com o grupo bem a ajudar. Merecida ovação a um forcado que contribui de forma muito honrosa para a arte de pegar toiros.

Por Beja pôs-se frente ao terceiro da noite José Miguel Falcão que pegou à terceira tentativa. Na primeira tinha o toiro pegado mas faltou grupo lá atrás. Na segunda esteve mal a receber tendo adiantado as mãos e à terceira resolveu com as ajudas mais carregadas. Para o último da noite foi escolhido João fialho que executou uma pega rija à primeira tentativa.

Salientamos o fato da recolha dos toiros ter sido executada por campinos a cavalo.

Dirigiu com correção o Sr. Agostinho Borges, assessorado pelo veterinário Dr. João Infante, com ferragem e embolação de Bruno Lopes.

 

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