Despedida de João Salvação do Aposento do Barrete Verde
14 de Agosto de 2014 - 19:33h | Crónica por: José Vogado - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2760 |
Realizou-se na passada Terça-Feira, 12 de Agosto a “1ª. Corrida de Toiros do Clube Náutico”, na castiça Praça de Toiros de Alcochete, que registou uma grande enchente, numa noite de agradável temperatura.
O cartel estava bem montado com três cavaleiros de alternativa, Rui Fernandes, João Moura Jr, e João Telles Jr, cavaleiros que repartem a temporada entre Portugal, Espanha e França, o Grupo de Forcados do Aposento do Barrete Verde, comandados por João Salvação, que fazia a despedida das arenas, e um curro de toiros com ferro e divisa da Ganadaria do Engº. José Samuel Lupi. Por conseguinte um cartel de expectativa e de muito interesse para todos os aficionados
Rui Fernandes lidou o primeiro toiro da noite, de capa preta e bragado corrido, com o peso de 560 quilos e o número 76, deu inicio ao seu labor cravando dois ferros compridos de boa colocação com destaque para o primeiro que foi o melhor desta série, mudou de montada e passou para a série dos ferros curtos cravando cinco ferros com destaque para os dois últimos que foram os de melhor execução. Teve uma agradável atuação perante este primeiro toiro do seu lote.
No quarto toiro um exemplar de capa preta bragado corrido, com o peso de 545 quilos, número 80, cravou dois ferros compridos, com relevo para o segundo ferro, muda de montada e crava uma série de cinco ferros com destaque maior para o primeiro e terceiros ferros, que foram muito bons. Perante este segundo oponente, teve uma melhor prestação, agradando mais ao público, pelo que chegou com mais facilidade às bancadas, sendo muito aplaudido em determinados momentos da sua actuação.
João Moura Jr, lidou o segundo toiro da noite de capa preto, o peso de 540 quilos e o número 78, deu início à sua primeira actuação cravando dois ferros compridos, sendo o primeiro o melhor, na série dos curtos cravou quatro bons ferros, sendo o terceiro o melhor de todos, a pedido do público cravou ainda um palmito muito bom. Teve uma actuação agradável, mas longe de outras actuações de superior nível e qualidade
No quinto toiro, um exemplar de capa preta meano, e com o peso de 550 quilos e o número 87, deu início à sua lide cravando dois bons ferros compridos, com relevo para o primeiro da série, na série dos curtos cravou quatro bons ferros, com destaque para o primeiro e quarto ferros. A pedido do público cravou dois ferros de palmo, o primeiro saiu bem, o segundo ficou descaído, é bom que os Senhores tenham em conta quando devem acabar a lide, para evitar coisas do género. Agradável actuação perante o segundo do seu lote.
João Telles Jr, lidou o terceiro toiro da noite de capa preta, com o peso de 540 quilos e o número 78, o cavaleiro deu início ao seu labor começando por cravar dois ferros compridos, com maior relevo para o segundo, na série dos ferros curtos cravou quatro ferros com os dois últimos de muita qualidade, a pedido do público cravou um ferro de palmo que teve qualidade. Teve uma actuação muito agradável, que foi muito do agrado do público em geral.
No sexto e último toiro da noite e segundo do seu lote, de capa preta, com 545 quilos e o número 80, na série dos compridos cravou um ferro à tira muito bom que foi o primeiro, pois o segundo ficou traseiro e descaído. Na série dos curtos cravou cinco bons ferros, com destaque para o quarto e quinto que foram os melhores da série. Teve de novo uma agradável actuação que agradou à afición em geral.
O Grupo de Forcados do Aposento do Barrete Verde, saiu reforçado por três Forcados de um Grupo de Forcados Mexicanos, foi a noite da despedida de João Salvação, cabo do Aposento. Assim os seis toiros foram pegados pelos forcados a seguir mencionados
Primeiro toiro foi pegado pelo novo cabo Marcelo Lóia, que consumou a sorte de pegar muito bem ao primeiro intento à barbela;
Segundo toiro foi pegado por Bruno Amaro, ao segundo intento e à córnea ;
Terceiro toiro foi pegado por Alfredo Caballero, elemento do Grupo de Forcados Mexicanos, que esteve muito bem no cite e na reunião executando uma grande pega ao primeiro intento;
Quarto toiro foi à cara o forcado César Nunes que executou uma boa pega ao segundo intento e à barbela;
Quinto toiro foi pegado pelo cabo João Salvação ao primeiro intento à córnea;
Sexto e último toiro foi à cara o forcado António Gomes, que se fechou muito bem à córnea ao primeiro intento.
João Salvação depois de dar a volta na companhia do cavaleiro João Moura Jr, foi ao centro da arena, despiu a sua jaqueta e entregou ao novo cabo do Grupo do Aposento Marcelo Lóia, filho do antigo forcado já retirado das arenas Joaquim Lóia, também este forcado do Aposento, João Salvaçao posteriormente deu uma volta à arena aos ombros de vários colegas do grupo. Foi uma despedida em grande, bonita e emotiva do cabo do Aposento. É sempre um momento de grande emoção para quem se despede, e para quem vê sair das arenas um elemento que tarde após tardeou noite após noite muito contribuiu para o prestício do nome de um Grupo e da Festa Brava.
O curro de toiros estava bem apresentado, tinham os quatro anos feitos, apresentaram alguma casta, mas não transmitiram o suficiente para que os cavaleiros pudessem triunfar. O ganadeiro fez bem nao dar volta à arena quando foi convidado para o fazer na companhia do cavaleiro Rui Fernandes.
A recolha dos toiros foi feita a cavalo, tarefa que esteve a cargo dos campinos da Casa Agrícola do Engº. José Samuel Lupi, alguns toiros foram mais difíceis de recolher, mas merecem um louvor pelo seu empenho os campinos, que tão poucas vezes o seu labor é reconhecido pelos aficionados.
Dirigiu a corrida um Delegado do IGAC, que foi assessorado por um Médico Veterinário e pelo cornetim José Henriques.
A corrida foi abrilhantada pela Banda de Música da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898, que uma vez mais interpretou bonitos pasodobles.