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No Cartaxo "deu-se música ao público"

Com cerca de meia casa preenchida a corrida começou às dez e pouco da noite terminou às duas e meia da manhã. No Cartaxo "deram-nos música" numa noite para esquecer.
21 de Setembro de 2014 - 20:47h Crónica por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2758
No Cartaxo

Cada vez mais compreendo o público e os aficionados em geral quando não vão aos toiros.

Existem determinadas situações que prejudicam a imagem da festa e afastam cada vez mais gente das nossas praças. A organização da empresa numa corrida é fundamental.

Organizar uma corrida de toiros não é o mesmo que fazer a lista das compras do supermercado. Tudo tem regras e exige-se o minimo respeito pelo público que paga o seu bilhete para ver o espectáculo.

Nem sei o que dizer!  Sai desanimada e revoltada com a corrida que se realizou ontem no Cartaxo. Primeiro alguns dos toiros não foram aprovados no reconhecimento por falta de peso. Segundo o espectáculo começou e os toiros para a sua substituição ainda nem à praça tinham chegado.

 Não podemos continuar a destruir a festa. As coisas têm que ser feitas com peso e medida.  

É por estas e por outras que o público deixa de ir às praças.

Há que pensar e ponderar muito bem no que se passou antes e durante a corrida de ontem, para que em corridas futuras a empresa não cometa os mesmos erros.

Anúnciados estavam sete toiros e nos curros da praça estavam cinco. Os restantes exemplares ainda estavam a caminho.

A anteceder a corrida foi feita uma homenagem a Rui Salvador pelos seus 30 anos de alternativa.

Assistimos também à actuação de danças de Sevilhanas pelo grupo “Salero e Alma”.

A Corrida começou…

 João Moura que há 20 anos não toureava no Cartaxo andou aliviado na sua primeira lide frente a um exemplar de Dias Coutinho reservado. À cara deste toiro foi o forcado João Guerreiro dos amadores do Ribatejo, que concretizou ao primeiro intento sem dificuldades.

 O segundo do seu lote cumpriu. João Moura andou dentro do seu registo habitual, terminando a sua actuação com três rosas que agradaram ao público. Os amadores de Arronches por intermédio de Luís Carriço consumou à segunda tentativa.

O primeiro exemplar de Rui Salvador foi uma manso que após o primeiro comprido se refugiou em tábuas. Na restante lide muito porfiou Rui Salvador, tentando trazer o oponente para os médios onde cravou o terceiro curto. O público aplaudiu o cavaleiro pelo esforço. João Rosa dos amadores de Arronches concretizou à primeira tentativa.

O segundo do seu lote acabou por cumprir e Rui Salvador cravou alguns ferros de boa nota. Pelos amadores do Ribatejo João Espinheira na primeira tentativa sofreu um violentíssimo derrote, saindo da cara do toiro. O toiro ao ser colocado novamente para a pega pelo bandarilheiro deita-se no chão durante alguns minutos. O grupo acabou por pegar este exemplar ao segundo intento com as ajudas carregadas.

Parreirita Cigano (filho) teve por diante um Dias Coutinho que acabou por cumprir, protagonizando uma boa lide, chegando facilmente às bancadas. Destaque para o segundo, quarto e quinto curto a pedido do público de boa nota. André Martins efectivou ao segundo intento pelos amadores do Ribatejo.

Frente ao sétimo da noite, um manso, a lide não teve o mesmo brilhantismo que a primeira actuação (andou esforçado). Manuel Cardoso dos amadores de Arronches efectivou à segunda tentativa com as ajudas carregadas.

Para a lide a pé saiu um manso da ganadaria Dias Coutinho com cinco anos que nem um capotazo levou, recolhendo imediatamente aos curros. Confesso que nunca vi um toiro recolher aos curros por ser manso. Mas também tenho consciência que aquele não era o toiro mais indicado para ser lidado pelo matador Parreirita Cigano.

 Parreirita Cigano fez a sua reaparicão 22 anos depois merecia um exemplar mais cuidado. Um novilho de uma ganadaria que permitisse outras condições de lide. Perante tal facto a empresa imediatamente ofereceu o sobrero que tinha acabado de chegar à praça.

Então aqui mais uma eternidade de espera!  Lá nos deram música mais uma vez!

Mas que paciência teve aquele público, que tanto esperou para ver Parreirita Cigano.

Saiu o sobrero um toiro complicado a que o matador de toiros Parreirita Cigano recebeu bem de capote lanceando à verónica, seguido de chicuelinas e rematado com uma revolera.

No tércio de bandarilhas destaque para os três bons pares colocados por Miguel Murtinho e Fábio Machado. Miguel Murtinho recebeu a alternativa de bandarilheiro das mãos de Fábio Machado. No final do tércio ambos agradeceram a ovação do público de montera em mão.

Na muleta Parreirita Cigano andou valente e fez o que esteve ao seu alcance agradando ao público que tanto ansiava pela sua actuação.

Com cerca de meia casa preenchida a corrida começou às dez e pouco da noite terminou às duas e meia da manhã. O espectáculo decorreu sem ritmo com muitos tempos mortos, tornando-se enfadonho. Já para não falar das tantas barbaridades que foram ditas ao microfone da praça durante a corrida.

 No Cartaxo "deram-nos música" numa noite para esquecer…

 

 

 

 

 

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