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Leal de novo - crónica da primeira da Feira de S. João

Feira de S. João de 2016 em Angra do Heroísmo, já começou! No dia 24 de Junho, pelas 18h30, Daniel Luque, Juan Leal e José Garrido, lidaram-se novilhos de Rego Botelho, bem apresentados e morfologicamente muito em tipo da ganadaria.
26 de Junho de 2016 - 03:48h Crónica por: - Fonte: Bruno Bettencourt - Visto: 1417
Leal de novo - crónica da primeira da Feira de S. João

A Feira de S. João de 2016 em Angra do Heroísmo, já começou! No dia 24 de Junho, pelas 18h30, iniciaram-se as cortesias do anunciado “Grandioso Espectáculo” com os Matadores Daniel Luque, Juan Leal e José Garrido. Lidaram-se novilhos de Rego Botelho, bem apresentados e morfologicamente muito em tipo da ganadaria.

Daniel Luque recebeu com o Capote, desenhando uma série cingida de Chicuelinas. Com a Muleta, provou o oponente por ambos os lados, no entanto baseou a lide na mão direita. O nº57 (450Kg, RB) não se negava à luta, no entanto foi ficando em curto, revelando sempre bastante aspereza ao derrotar no engano. Luque mostrou o seu toureio, pena que não tivesse havido mais nobreza por parte do novilho. Com o “Descornado” (nº64, 462Kg, RB) esteve num patamar superior ao anterior. O borralho tinha recorrido e nobreza de investida. No início da lide abriu a unha do membro anterior esquerdo, mas isso não foi impedimento para a sua investida continua. O Matador de Gerena armou taco e com a muleta conseguiu chegar às bancadas. Duas séries de Derechazos templados e profundos, marcaram uma lide em crescendo que terminou com Luquesinas. Apesar do desempenho artístico e da entrega, a segunda volta à arena não teve cabimento.

Juan Leal já goza de grande popularidade entre a afición terceirense. Por vários momentos vem à ilha Terceira e, aliado a isso, já começa a perceber a receita ideal para agarrar o triunfo em terras atlânticas. Entrega e dedicação são dois pontos fundamentais. Se assim o sabe, assim o executou diante do “Lagunero” (nº53, 506Kg, RB). O hastado tinha muito boas condições de lide. Investida longa (que veio a ficar em curto) nobreza e entrega. Foi recebido por Cordobinas às quais se seguiram as sempre vistosas Zapopinas que chegaram aos sectores. Com a Muleta recebeu o oponente pelas costas para depois seguir toureando pela direita, baixando a mão e templando a gosto. A cada cite foi fechando o compasso e dando cada vez mais plasticidade à função. No final desta lide triunfal, sofre uma voltareta quando simulava a morte e, após ter embatido no solo, perdeu a noção de espaço e equilíbrio, mas sem consequências de maior. A sua segunda lide diante do nº58 (526Kg, RB) tem pouca história. O novilho lesionou-se num dos membros anteriores e foi recolhido. Fica o destaque dos dois pares cravados pelo Bandarilheiro João Pedro Silva que agradeceu de Montera em mão.

Para José Garrido estava anunciado o nº65 (530Kg, RB). O novilho pouco depois de ter saído nos curros embateu violentamente num burladero, tendo lesionado a medula e caído praticamente morto. Saiu então o sobrero (nº51, 484Kg, RB). O novilho era bisco e cumpriu bem o que lhe era pedido. Foi recebido de joelhos com uma Larga Cambiada seguindo-se uma série de Verónicas. Com a muleta Garrido esteve eficiente, no entanto as séries resultaram pouco ligadas, mercê da aparente falta de força do novilho. O Matador deveria ter dado mais espaço ao oponente. O toureio quer-se cingido, mas nem sempre é possível. Ainda assim o jovem Matador mostrou querer, numa lide que resultou agradável. O nº55 (530Kg, RB) que lidou em segundo lugar veio destoar um pouco o comportamento dos irmãos de camada. Saía solto das sortes não permitindo a conexão necessária. O Matador começou por prová-lo por ambos os lados, e procurou ligar-se. Já perto do final da lide, o novilho lesionou-se num dos membros e teve que ser recolhido.

Destaque ainda para Gonçalo Toste que tomou a Alternativa de Bandarilheiro Professional.

Duas considerações finais que se impõe: à vista fica a ideia que o piso da arena da Monumental Ilha Terceira está demasiado solto. As lesões verificadas nos animais poderão estar relacionadas com tal facto, uma vez que as mesmas ocorreram sempre durante investidas circulares em que os novilhos ficavam com os membros presos na quantidade abundante de piso solto.

É urgente que quem está na trincheira perceba que não se pode movimentar de ânimo leve durante as lides. Existem burladeros na trincheira para que as pessoas se coloquem ou, caso não exista espaço, encostem-se à parede. Não se percebe como é que não se toma uma atitude em relação a quem está na trincheira, sem saber lá estar.

Dirigiu a corrida, com critério, Carlos João Ávila, tendo sido assessorado pelo médico-veterinário Vielmino Ventura. Abrilhantou (e bem!) a Banda da Associação Cultural do Porto Judeu.

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