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Entrevista a Pedro Pinto após o sucesso da Edição Extra do Ruedo Ibérico

Entrevista exclusiva ao Taurodromo.com por Luís Gamito Fragoso a Pedro Pinto, após o sucesso da Edição Extra do Ruedo Ibérico
10 de Junho de 2009 - 22:26h Notícia por: - Fonte: - Visto: 1711
Entrevista a Pedro Pinto após o sucesso da Edição Extra do Ruedo Ibérico Entrevista exclusiva ao Taurodromo.com por Luís Gamito Fragoso a Pedro Pinto, após o sucesso da Edição Extra do Ruedo Ibérico.


Taurodromo.com (T.com)- Como surgiu o gosto pelas Touradas?

Pedro Pinto (P.P.) - Desde muito novo que comecei a ir aos toiros, pela mão do meu pai e do meu avô, que todos os anos não perdiam as datas tradicionais de Vila Franca de Xira e Arruda dos Vinhos. Com o tempo e sendo ainda miúdo, veio-me o gosto pela escrita e com 15 anos enviei uma carta para o "Correio dos Leitores" da Revista "Novo Burladero", essa carta foi lida pelo Paulo Beja e pelo Dr. Cordeiro de Brito e convidaram-me para fazer parte do programa na Rádio Ribatejo e depois veio toda a progressão.

T.com - Sabemos que foi forcado nos Amadores de Cascais, como é que ingressou no grupo?

P.P. - Nunca me considerei forcado e aquilo que aconteceu foi quase por brincadeira. Foi um desafio feito pelo então cabo, José Luís Zambujeira, aceitei e fardei-me em Lagos, dando duas primeiras ajudas e duas terceiras. No entanto, foi importante sentir toda aquela adrenalina, união e amizade que existe num grupo de forcados e foi extremamente vantajoso, para sentir cada vez mais respeito pelos toiros e pela figura do forcado!

T.com - O Pedro colaborou com a RTP em algumas corridas e daí até à criação do Ruedo Ibérico, qual foi o percurso?

P.P. - Quando por razões "politicas" fui com o Francisco Morgado, afastado da RTP, voltei à Rádio Iris, onde durante vários anos mantive um programa taurino. Depois decidi ir tirar uma especialização em "Jornalismo Taurino" e fui tirar esse curso em Madrid, na Faculdade Complutense, quando terminei, decidi em conjunto com uma série de amigos espanhóis, fundar o "Ruedo Ibérico", que saiu precisamente à 4 anos, em Maio de 2005.

T.com - Qual o "feed-back" que tem dos leitores do Ruedo? E como surgiu a ideia de criar esta última edição extra com o balanço de toda a temporada 2008?

P.P. - Muito bom! Creio que não faltarei à verdade, se disser que o "Ruedo Ibérico" foi o "culpado" do aparecimento de uma nova geração de aficionados e de gente com vontade de fazer coisas pelos toiros. Sentimos os aficionados muito próximos da revista e isso é fundamental. Este Extra, que publicámos e que estará à venda todo o ano, não estando posta de parte uma segunda edição; foi um tremendo sucesso! deu trabalho, mas já estamos a ser recompensados!

T.com - Agora quanto apoderado, quais os cavaleiros que apodera e as suas expectativas para esta temporada?

P.P. - Em primeiro lugar deixe-me esclarecer que em Portugal temos muito a mania de confundir as coisas e optar pelo mais fácil e o mais fácil é dizer que a revista não pode ser imparcial. É falso! Se formos sérios, podemos perfeitamente ser imparciais e se alguém já leu no "Ruedo Ibérico" alguma coisa dos toureiros que apodero, escrita por mim ou que esses toureiros tenham sido beneficiados tem de me dizer e apontar onde! Sei distinguir as coisas e nunca misturar os apoderamentos com a revista. Foi também por isso que me juntei com o Florindo Ramalho, um amigo de longa data e em conjunto estamos a apoderar os cavaleiros praticantes Nelson Limas e Marcelo Mendes e o amador João Domingues e nos três depositamos grandes expectativas.

T.com - Dos cavaleiros que apodera à algum que queira destacar?

P.P. - Cada um no seu sítio e à sua maneira, terá o seu lugar na festa de toiros. Têm de enfrentar várias dificuldades, entre as quais e para já uma das principais, a de não serem de dinastias toureiras. O Nelson Limas é um jovem cavaleiro, de etnia cigana, que arrisca barbaridades na cara dos toiros; entra por eles, leva emoção às bancadas e precisa do seu espaço e que o "deixem passar"; mostrou na Moita, no festival que ali se realizou, que pode ser figura. O Marcelo Mendes é também cavaleiro praticante, mas de um estilo completamente diferente; também arrisca, mas é um toureiro que não tem dificuldades em chegar ao público, sabe mexer nas bancadas e tem um estilo popular e emocionante, não deixando de cravar pares de bandarilhas emocionantes. Estão ambos preparados para tomar a alternativa e ambas podem acontecer nesta temporada, depende de alguns pormenores. Quanto ao João Domingues, está noutro nível; é amador, está a começar, mas vejo-lhe uma quadra de cavalos sólida e está com muita vontade; tem coisas boas, como vimos no sábado em Évora; tem de ir mais devagar, mas vai lá chegar. Se não acreditasse nos três, não ia para apoderado deles!

T.com - Actualmente para o qual o melhor cavaleiro, matador/novilheiro e grupo de forcados em Portugal?

P.P. - Felizmente em Portugal existe muita qualidade. Seria injusto estar aqui a destacar algum deles, no entanto se nos reportarmos a 2008, vimos um Rouxinol de grande nível, um Moura extraordinário e a sagrar-se máximo triunfador e mais uma série de toureiros, muitos deles jovens à procura de um lugar de figura. No toureio a pé, a coisa é mais dificil, porque em Portugal é muito complicado ser-se toureiro a pé! Mas também existem 3 ou 4 jovens com muita qualidade!

T.com - Se por um dia mandasse na Festa Brava em Portugal, o que mudaria de imediato?

P.P. - Boa pergunta. Nem sei... Acabava com esses concursos de praças de toiros, alguns deles feitos por baixo da mesa e não deixava alguns desses "paraquedistas" que vêm presumir para a nossa festa, porque não têm cabida em mais nenhum negócio. É fácil chegar a Portugal, tornar-se rapidamente empresário taurino e já irá andar toda a gente atrás dele a dizer que é o maior!

T.com - Qual a sua opinião relativamente aos constantes ataques das associações anti-taurinas à Tourada?

P.P. - Ataques? O único ataque que vejo é as manifestações à porta do Campo Pequeno! Agora os mails para as Câmaras? Isso é a coisa mais ridicula que existe e mais ridiculo é quando nós ainda respondemos a isso. Só não há a corrida de toiros em Braga porque não querem; nenhuma Câmara Municipal pode proibir um espectáculo que está legislado pelo Ministério da Cultura, pode causar entraves, mas nunca proibir e muito menos sem consultar a população, como aconteceu em Viana do Castelo. Arrisquem, vão a um terreno dum privado e montem uma corrida de toiros em Viana do Castelo e vão ver se é proibido! Entretanto lembrei-me de outro ataque, os debates nas televisões e rádios onde nós vamos sempre na conversa deles e isso é que é grave; temos de falar uma linguagem que esse Moutinho ou lá como se chama, entenda, nem que tenhamos que baixar o nível!

T.com - Para terminar qual o seu maior desejo para a temporada de 2009?

P.P. - Que todos os toureiros, forcados e ganaderos, triunfem e que o público acorra em massa às praças. Essa é a melhor resposta para os anti taurinos!

T.com - Pedro, muito obrigado e sorte para o futuro.
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