Caro Amigo
Desde criança que tenho contigo uma relação de afecto, de imensa ternura diria mesmo de amor. Nunca fui de te pedir muito e talvez por isso jamais fui esquecido, pois tu apesar dos imensos afazeres da época natalícia sempre arranjaste tempo para visitar a minha chaminé. Com o decorrer dos anos deixei de te incomodar com os meus pedidos, não que tenha qualquer dúvida da tu existência e sobretudo da tua disponibilidade, antes pelo contrário, mas sim porque me consciencializei que há muitas outras “chaminés” onde a tua presença é bem mais necessária.
No entanto neste Natal não obstante de saber que estas “coisas de toiros” serem de somenos importância, e talvez o teu tempo ser escasso para tantas visitas, ousei abusivamente em nome da nossa velha amizade importunar-te com alguns pedidos. (Não precisa de ser já)
- Peço-te que digas aos “donos” da ANGF que já chega de divisões;
- Que os “empresários” taurinos cumpram sempre os compromissos assumidos;
- Que os toiros não “bebam” muito Rompum;
- Que os “entendidos” da critica não baptizem de ferro ao estribo um de cilhas passadas;
- Que não transformem uma grande pega numa enorme “pianada”;
- Que não designem de rabejador alguém que durante a “viagem” se esqueceu de vir ao “leme”;
- E já agora se não for pedir muito que os empresários não sejam “assaltados” quando transportam o dinheiro de outros.
Um bom Natal deste teu eterno devoto.
José Filipe Figueiredo in “Jornal do Pinhal Novo”
edição de 21 de Dezembro de 2010