Notícia Semanário "O Mirante":
A Câmara de Vila Franca de Xira decidiu abandonar a Fundação Alter Real devido aos maus resultados financeiros da instituição dedicada à investigação e preservação das raças de cavalos como o Lusitano e Sorraia. A posição da autarquia acontece numa altura em que o Governo pretende cortar no financiamento às fundações. Na região as outras duas câmaras que fazem parte da fundação, Coruche e Golegã, estão a aguardar que uma comissão apresente a revisão dos estatutos e um novo modelo de gestão depois de uma reunião com a Ministra da Agricultura que ocorreu na segunda-feira.
Vila Franca prevê poupar 2500 euros por ano, verba que até aqui transferia para aquela entidade. “Vamos ficar com créditos que sabemos à partida que dificilmente seremos ressarcidos”, lamentou a presidente do município, Maria da Luz Rosinha (PS). Ao todo o município já investiu na fundação situada em Alter do Chão um valor próximo dos 62 mil euros desde 2007. Coruche tem interesse na criação e preservação do cavalo do Sorraia e a Golegã tem a Expoégua e a Feira Nacional do Cavalo. Em Coruche o município já pagou 20 mil dos 50 mil euros que se comprometeu a pagar em cinco anos.
A Fundação Alter Real acumula uma dívida na ordem dos 2 milhões de euros. Para já Coruche e Golegã estão expectantes e para já a ideia apresentada para a gestão da fundação é que seja o conselho de fundadores a escolher a administração, em vez de ser obrigatoriamente gerida pelo presidente da Companhia das Lezírias. “Olhando para as despesas com pessoal e fazendo uma equipa adaptada às necessidades de futuro, potenciando a venda de cavalos, conseguiremos ter sucesso”, notou António Saraiva, presidente da Companhia das Lezírias e da fundação a O MIRANTE.
Saraiva diz que a coudelaria tem “um potencial imenso” para explorar, seja ao nível da hotelaria seja ao nível da venda de cavalos. A fundação tem 97 funcionários e foi criada a 1 de Março de 2007 após a extinção do Serviço Nacional Coudélico. A coudelaria de Alter do Chão foi fundada em 1748 por D. João V e desenvolve trabalhos de selecção e melhoramento de cavalos lusitanos. Possui também valências na área de investigação, uma unidade clínica para cavalos e um pólo da Universidade de Évora.
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