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VII Festival Luis Fagundes

Um Festival de início de temporada é muitas vezes o momento utilizado para experimentações: estrear montadas, "rodar" outras, apresentar Cavaleiros e mostrar novos forcados. A sétima edição do Festival Luis Fagundes, em Angra do Heroísmo, não foi excepção.
27 de Abril de 2016 - 00:09h Notícia por: - Fonte: Bruno Bettencourt - Visto: 1269
VII Festival Luis Fagundes

Um Festival de início de temporada é muitas vezes o momento utilizado para experimentações: estrear montadas, “rodar” outras, apresentar Cavaleiros e mostrar novos forcados. A sétima edição do Festival Luis Fagundes, em Angra do Heroísmo, não foi excepção.

Abriu praça Tiago Pamplona que se apresentava pela primeira vez após o acidente sofrido, em Agosto passado, na Feira Taurina da Graciosa. Pela frente teve o exemplar nº329 de Herdeiros de Ezequiel Rodrigues (ER). Apesar de pequenote e fechado de agulhas, o novilho estava bem apresentado. Mostrou-se distraído, interessando-se mais pelo que se passava fora da arena, no entanto saía de pronto ao cite empregando-se nas reuniões. O Cavaleiro teve uma lide esforçada e em crescendo, procurando ligar-se ao oponente, de forma a contornar as dificuldades do mesmo. Estudou bem os terrenos e andou variado nas sortes. Destaque para o terceiro ferro curto montando o craque “Zangado”, um dos melhores ferros da tarde com um cavalo cada vez mais estrela. O segundo do seu lote era o nº131 de João Gaspar (JG), que ostentava o ferro de Duarte Pires, tal como os restantes provenientes de JG. O exemplar adiantava-se à montada de início, andando sempre ligado ao cavalo e mostrando ímpeto de investida. Tiago tirou bom partido das condições do oponente, no entanto andou um pouco irregular na cravagem dos ferros. Terminou com um bom ferro ao estribo, daqueles descritos nas regras. Acima de tudo mostrou que está de volta e que saradas as feridas, temos cavaleiro!

A João Pamplona, também regressado tal como o seu irmão, coube o nº130 JG (ferro DP) que a fazer fé no nº2 ostentado na pá da mão era um exemplar com 4 anos. O toiro era muito bonito, tivesse mais um pouco de cara e era uma verdadeira estampa. Pena o comportamento não ser proporcional. Era bruto, distraído e investia com arreões, mostrando sentido ao tapar-se cada vez mais durante a lide. O João foi-lhe pisando os terrenos e logo no primeiro ferro comprido não se livrou de um violento embate que fez temer uma queda. Esteve bem nas cravagens, numa lide regular e com o interesse de se ter assistido à boa estreia das novas montadas. O nº361 de ER era bonito de pelagem, mas também era distraído. Em alguns momentos deu a sensação que tinha problemas de visão, saindo só em curto. Após uma primeira cravagem comprida onde abriu em demasia a sorte, o benjamim da casa Pamplona foi palmilhando uma lide em crescendo, ainda que o oponente não lhe facilitasse a vida. Pecou apenas pela pouca fluidez da lide, mas tal facto esteve associado à procura de testar novas montadas. Mostrou também que está de volta e que tal como Tiago, o legado da família tem continuidade e está em boas mãos.

Manuel Sousa, Cavaleiro Amador luso-descendente, veio da Califórnia para estar presente. Já tinha estado anteriormente na Praça de Toiros “Ilha Terceira”, mas num espectáculo de variedades taurinas. Utilizou montadas dos irmão Pamplona, mas entendeu-se pouco com as mesmas. O seu primeiro exemplar tinha o nº355 ER e entregava-se à luta, fica a sensação que merecia outra lide para se poder mostrar. O Cavaleiro esteve num patamar inferior. Sortes desacertadas e muitas dificuldades técnicas. Mostrou vontade e querer, no entanto faltam-lhe algumas das bases exigidas para se poder apresentar num espectáculo desta natureza. Frente ao nº120 de JG (ferro DP) esteve um pouco melhor, porém acabaram por vir à tona as mesmas dificuldades. O hastado foi cumpridor e procurou facilitar a vida ao Cavaleiro, mas quando não se domina a “ferramenta”, tudo são dificuldades. Destaque para o ferro curto com que encerrou a lide. Apesar de tudo, é de salutar que um jovem americano se dedique à Arte de Marialva. Manuel Sousa ainda tem tenra idade e uma grande margem de progressão. Assim continue a trabalhar de forma a fazer-se Cavaleiro Tauromáquico.

As pegas estiveram a cargo do Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande, organizador do evento. Sob as ordens do cabo Filipe Pires, viu-se que o grupo se encontra em constante renovação, apresentando muitas caras novas. André Lourenço, em dia de estreia, realizou uma boa pega à terceira tentativa, após ter acusado o nervosismo nas tentativas anteriores. Luís Valadão pegou à meia volta e com ajudas carregadas à terceira tentativa. Rui Dinis fechou-se à primeira sem dificuldades. Délcio Gomes fechou-se à primeira de forma um pouco atabalhoada, valeu-lhe a “bondade” do oponente. Daniel Brasil pegou à primeira com uma pega limpa.Fechou o espectáculo Valter Silva, a mostrar experiência e a ficar na cara sem problemas.

Um espectáculo com momentos de interesse a começar a época taurina nos Açores, dirigido sem dificuldades pelo antigo bandarilheiro e agora estreante Director de Corrida Rogério Silva, assessorado pelo médico veterinário José Paulo Lima.

Abrilhantou (e bem!) a banda da Sociedade Filarmónica Espírito Santo da Agualva.

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