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Queima das Fitas mantém tradição académica com 115 anos de história

Nada contra ninguém, tudo a favor da história e da tradição - assim, o Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra decidiu continuar com a garraiada no programa da Queima das Fitas
23 de Março de 2018 - 12:26h Notícia por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 773
Queima das Fitas mantém tradição académica com 115 anos de história

Da reunião do Conselho de Veteranos (CV) da Universidade de Coimbra, que decorreu anteontem, resultou a continuidade da garraiada no programa oficial da Queima das Fitas. Com esta decisão, História e tradição académica são preservadas.

A decisão dos 27 membros do órgão supremo da Sociedade Académica, em manter a realização do evento tauromáquico, pretende defender e preservar a tradição da academia, mantendo o respeito para com todos os estudantes, passados, presentes e futuros. Esta deliberação, note-se, corresponde a uma tomada de decisão democrática que só foi tomada depois da auscultação referendária aos estudantes.  

Comum às considerações dos Veteranos do CV está a imprecisão e falta de clareza no referendo em que os estudantes decidiram acabar com a garraiada. Para Manuel Vilaça, estudante de mestrado em Arquitectura, “a consulta aos estudantes foi mal feita do início ao fim. Primeiro, na pouca antecipação com que foi imitido um comunicado informando que estava em cima da mesa a abolição da garraiada e, posteriormente, na marcação das votações - meramente consultivas.”

Catarina Almeida e Sousa, estudante de Mestrado em Contabilidade e Finanças, esclarece: “a tradição criada por outros colegas nossos, não pode nem deve ser abolida assim, trata-se da tradição coimbrã, dos valores que esta casa representa e de toda a história que não me cabe, nem a mim nem a qualquer estudante, terminar por questões ideológicas” e Pedro Miranda, estudante de Mestrado em Arquitectura, reforça: “não temos o direito de votar o fim de um hábito, de uma tradição académica enquanto ainda há estudantes que querem participar da mesma.”

Como forma de esclarecimento ao que terá sido dito por vários estudantes, a favor da abolição da garraiada, sobre maus-tratos ao animal, falta de alimentação e privação de água, Manuel Pinto dos Santos, estudante de Mestrado em Engenharia Civil, esclarece: “o touro nunca foi nem será será privado de alimento ou água. O animal está constantemente vigiado por um veterinário para garantir o bem-estar e segurança do mesmo.”

Já Ricardo Marques, presidente do movimento ‘Coimbra dos Estudantes’ garante: “a Liberdade e diversidade são a essência da Universidade de Coimbra. Uma Universidade aberta, plural, sem proibições ou pensamento único, cuja luta pela liberdade é um dos principais patrimónios e legados que recebemos nesta academia.”

Recorde-se que o referendo em que os estudantes decidiram acabar com a garraiada teve lugar a 13 de Março e foi proposto pelo Conselho Geral da Queima das Fitas, mas teve caráter meramente consultivo.

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