Foi quase de imediato após ter publicado o meu primeiro pensamento aqui no TouroBravo que recebi algumas palavras do Sr. Miguel Alvarenga director do Jornal Farpas, que de seguida também não quis deixar de dar a sua opinião foi o Sr Jorge Sampaio, que colabora tanto no Jornal Olé como no site Toureio.com e por fim o Sr. Fernando Marques Colaborador da Revista Novo Burladero e deste site Tourobravo.com.
Penso que há matéria para discussão pois os colegas que responderam ao meu pedido têm posições distintas mas de certo que será fácil encontrar alguma sinergia de pensamentos.
Deixo-vos as primeiras opiniões acerca desta mítica Associação Taurina, ficando a aguardar a continuação do vosso Feedback. (pensamentos@tourobravo.com)
Passo a transcrever as opiniões que nos chegaram:
Miguel Alvarenga
Caro Flávio, bom dia. Pede-nos a nossa opinião e eu dou-a.
Em primeiro lugar concordo em absoluto com a maioria das considerações que tece neste seu tão oportuno e importante artigo.
Considero que essa associação é, há vários anos, uma ilusão e nada mais.
Primeiro (não interprete como uma crítica, sobretudo a si e ao seu trabalho - que respeito e admiro), hoje em dia qualquer um aparece a escrever de toiros, é fácil fazer um site, um blogue, sei lá. Uma associação de Imprensa Taurino ou do que for, terá que integrar profissionais. Quantos dos que escrevem de toiros são profissionais do Jornalismo, possuem Carteira Profissional? À partida, a esmagadora maioria dos que hoje escrevem por aficion (e cujo trabalho, insisto, há que ser reconhecido e aplaudido) ficariam excluídos dessa associação.
Depois, se, por exemplo, numa associação de forcados, todos pendem para o mesmo lado e as regras são iguais para todos, numa associação de Imprensa é o que você escreve: todos são diferentes, os conceitos editoriais distinguem-se, nunca seria fácil encontrar paralelismos, solidariedades, estratégias comuns. Está a ver, por exemplo, algum dos sites solidarizar-se com o "Farpas" e também nada referenciar sobre forcados associados? Claro que não. Por isso...
Penso que você tem toda a razão: a associação de Imprensa Taurina é uma ilusão - e nada mais, não vale a pena perder tempo com isso.
Jorge Humberto Sampaio
Estive a ler com bastante interesse o seu artigo de opinião sobre uma Futura Associação de Jornalistas Taurinos, estou plenamente de acordo consigo e, já por várias vezes tenho falado sobre este tema com alguns colegas.
Porque não se criar uma associação ou um clube como aconteceu com o CNID-Clube Nacional de Imprensa Desportiva, da qual me orgulho de ser sócio há mais de duas décadas.
Quanto a mim uma associação de jornalistas deveria ser unicamente de "Jornalistas" (com carteira ou não) e não uma associação de publicações (revistas, jornais ou sites), da qual fizessem parte todos aqueles que colaboram na Imprensa da Especialidade (Rádio, TV, Jornais, Revistas e Sites) deixando de fora os Blogs, pois qualquer um pode fazer um blog, o que por enquanto não se enquadra num Orgão de Comunicação Social.
Esta é a minha "opinião" tem o valor que tem, mas pode ser um pequeno contributo.
Fernando Marques
Li com atenção o teu artigo que acho interessante, sobretudo as interrogações que são pertinentes.
Ao contrário daquilo que julgas, talvez pela idade, já houve algumas tentativas para reunir numa associação aqueles que, embora de uma forma pouco organizada, têm a “missão” de informar sobre os acontecimentos taurinos em Portugal.
Penso que foi pelos anos oitenta que um grupo, do qual fui um dos impulsionadores, tentou criar uma associação que englobasse os críticos/cronistas, fotógrafos e escritores de tema taurino. Penso que o nome era esse mesmo: Associação de Críticos, Fotógrafos e Escritores Taurinos – ACFET.
Na ocasião, foram endereçados convites para uma pequena abordagem à criação desta entidade que teria forma jurídica através de estatutos que iriam regular a actividade. Esse primeiro encontro teve lugar em Vila Franca de Xira, na redacção do jornal taurino que então dirigia o João Mascarenhas.
Infelizmente só compareceram meia dúzia de colegas. Então, como agora, surgiram as interrogações. Eu, pessoalmente, encontrei algumas respostas e não foi necessária grande reflexão. Estavam e estão instalados interesses na Festa no que à comunicação social concerne, que a muitos não interessa que se modifiquem. Interesses a nível de toureiros e empresas e que estão mais do que referenciados.
A grande maioria dos críticos (?) hoje existentes falta-lhes cultura taurina. Não querem ser desagradáveis para com os toureiros nem para com as empresas. Não querem ou não podem, ser imparciais, porque nos órgãos de comunicação onde escrevem, ou falam, não lhes pagam para desenvolver a sua actividade – mesmo sem estar regulada.
Esta situação não lhes permite, na maioria dos casos, pagar as suas entradas e estão condicionados a estarem ou não, nas simpatias dos empresários e toureiros que sempre lhes arranjam os “passes de trincheira”.
Como condições para criar uma associação que servisse os interesses da classe, em primeiro lugar todos, mas todos, os que de alguma forma exercem esta actividade, deveriam ser possuidores da carteira de jornalista especializado. Esta é uma categoria que a própria comissão da carteira prevê. Em segundo lugar, deveriam estar credenciados pelo IGAC para terem acesso às praças - com os críticos nas bancadas e só os fotógrafos e operadores de imagem nas trincheiras. Isso acontece com os jornalistas desportivos que estão credenciados pelas associações e federação de futebol.
Muito mais havia para reflectir mas, por hoje já aqui fica matéria que julgo suficiente.