No passado domingo, dia 17 de Fevereiro teve lugar, finalmente, um evento de solidariedade de extremosa condição e, virtuosa distinção moral.
Era corrente e apanágio em homens doutros tempos afetos à tauromaquia nacional, desde outrora, o apoio comum, ou se pretenderem os caríssimos leitores, sempre disponíveis a auxiliar outrem – não só dentro própria festa mas, também virados para fora -ainda hoje se vê esse magnânimo exemplo.
Quem não constatou, ao longo dos anos, em cartazes de touros colados às paredes, anunciando de festivais taurinos em benefício de quaisquer associações humanitárias, desportivas, culturais, religiosas ou ainda, em providência de alguém com parcos recursos económicos?
Este último, pretendeu associar-se a mais um triste, grave e malsinado acontecimento a par de tantos outros dentro do nosso carismático e amantíssimo espetáculo – foi mais uma trágica ocorrência!
A gentil administração da “Praça de Touros do Campo Pequeno” com um notável sentido de associabilidade encheu a Monumental de Lisboa com gente ciosa de fazer bem, colaborar com um jovem forcado de eleição e homem de elevada condição, o Nuno Carvalho; numa momentosa atuação a infelicidade vingou, marcou-o para o resto da vida – que porca desgraça!
Segundo se diz – até jornais o disseram, por bem, arranjou-se cerca de 100.000 euros para os cuidados mais prementes… Não sendo quase nada em relação à real dependência que doravante aquele jovem ficará sujeito para todo o sempre mas, ainda assim, terá de facto uma prestimosa e preciosa prestação! Graças a Deus e a todos quantos o acharam por bem.
Ao que se diz, 26.000 euros foram direitinhos para os cofres do estado e outras organizações oficiais!
Quanto sentido de correlação e abençoada a benesse que vai no coração de quantos artistas se disponibilizaram graciosamente: dos ganadeiros que cederam os touros de igual modo, dos porteiros e restante pessoal ao serviço da praça inclusive, a empresa de embolação, veterinário e, se calhar, a gráfica, do tocador de requinta e mais músicos, dos bombeiros e quem sabe, da polícia – o que não é raro… E mais que sejam!
Na vida social portuguesa. Em geral, há capítulos que raramente são escritos e lidos mas, certamente nunca em vós alta…
Os da minha geração ainda recordar-se-ão, todavia, quando as pessoas popularmente diziam «por não saberem o que dizem ou o que fazem, deveriam ser presos, prenhes e entregues ao “Governo Civil”!»
Aqueles vândalos mentalizados, orientados para provocar desacatos e ofender, vociferar, berrar, agitar, achincalhar as pessoas que por bem, pretendem assistir às corridas de touros, cá para mim, unicamente, os prendia e encaminhava para unidades de saúde mental! É natural que logo saíssem porque, quanto sei, não existe médico nenhum que consiga dar a mão a qualquer infeliz possesso de parvoíce… Os malucos, por contrário sempre podem-se tratar, na maioria dos casos – o que não se enquadra nesta situação.
Aos outros, não os emprenhava, não – refiro-me mesmo aos engenheiros do sistema, àqueles que se metem lá dentro a fazerem-se aos dinheiros* dos incautos, das pessoas bem- intencionadas, das que de facto gostam de animais e se deixam iludir por estigmas de procaz origem – mas, sabia o que lhes fazia!..
Custa-me muito, juro, ouvir pessoas com cargos públicos, algumas mesmo com grande auditório a retraírem-se e não assumirem a sua natural empatia pela causa… Quem tem medo compra um cão – tratando-o bem, obviamente. Façam como eu, que trato as minhas cadelas carinhosamente.
O voluntariado é de excelsa nobreza, quem quer fazer bem fá-lo simplesmente, não faz vida disso, dá o seu tempo e, emprega-se com alma e coração à causa; aos tais fundamentalistas deixo-lhes simplesmente: o dinheiro que eventualmente é disponibilizado por parte do estado, mais o que advém dos associados e ainda das generosas dádivas de benfeitores só pode ter um único sentido: a boa subsistência da organização e precaução pela mínima qualidade de vida dos desgraçados e dependentes bichinhos.
Não é estranho para ninguém que essa gente anda a recolher animais para no fim, na sua maioria os matarem. Os nossos touros nem andam perdidos pelas ruas, nem estão pendentes de qualquer caridade. Por contrário, vivem como reis nas lezírias - o que de facto são… E morrem glorificados com a mais nobre e pura manifestação de grandeza, pois então.
Quem não ouviu falar na P.E.T.A. americana… Ao menos, as dessa organização ainda atravessam o oceano e vão lá para Pamplona e, generosamente despem-se para nos arregalar os olhos – agora as nossas, as fundamentalistas, nem para isso servem! – Vão-se catar!..
Por fim, deixo um recado a Passos Coelho: não sei quem é nem quero mesmo conhecer esse tal, Tiago Mesquita, um qualquer que anda pr’ái a encabeçar um movimento antitaurino; outros sim, diz-se bloco de esquerda, do mesmo modo, entretêm-se também a morderem-nos os calcanhares… e outros da mesma igualha – cuidado com eles! Veja se estão vacinados. Eu estou.
Sr. Primeiro-Ministro, penso que como cidadão não deverei estar preocupado com o facto, da nossa história, ser acabrunhada e sujeita a quaisquer abstrusidade pelo menos enquanto o seu mandato, não se enterre mais, não me obrigue a mudar de opinião… se é que ainda a tenho! Veja lá quem anda a receber e para que fins. A nossa tauromaquia, sendo um espetáculo de massas ainda é o espetáculo mais português enraizado em lusitana certeza, é o espetáculo mais português entre quantos existem!
Tenha V.Exª. cuidado com as más companhias, xenofobias antidemocracias e falsos patriotismos, obrigue-os a identificarem-se quando os receber e, logo verá a cor das sua bandeiras e para que se prestem. Recorde-se V. Ex.ª. que as assinaturas angariadas, por essa gentalha, 3.000 ao que parece, somente pode encher - ou pouco passa – a praça de touros de Arruda dos Vinhos. Não é que me preocupe por isso assim tanto, só que detesto ser acossado por ranhetas.
Não tenho medo que essa gentinha acabe com a festa, é grande demais! No entanto, isso poderá acontecer mas, unicamente por implosão – de dentro para fora! É outra das minhas lutas…
*Alegadamente, algum ordenado
(Prosa escrita em concordância com o novo acordo ortográfico)