No dia 7 de Junho de 1925 na praça de toiros do Campo Pequeno o cartel era composto por Simao da Veiga (cavaleiro tauromáquico) e Ignácio Sanchéz Mejías ( matador de toiros), sendo que os toiros lidados eram da Sociedade Agrícola da Golega.
Os empresários da praça de Lisboa eram na altura Bernardino Pinto, Luis Pimentel e Agostinho Coelho.
Segundo o grande cronista Máximo Alcobia do Jornal “O Século”, Ignácio que ficara com um enorme prestígio em Lisboa, desde o tempo que toureara nesta cidade, como bandarilheiro, com o seu cunhado Joselito “El Gallo” (18 de Setembro de 1924), para muitos sómente o maior matador de toiros de todos os tempos, apresentou-se disposto a triunfar nessa tarde.
Havia já Ignacio Sanchéz Mejías emitido algunas opinioes um pouco controversas no que respeita à “arte marialva portuguesa”, chegando mesmo a afirmar o seguinte:
(…) Pues el primer dia que toree yo en Lisboa, voy a demonstrar que lo que ellos le hacen a un toro con pitones cortados y embutidos en las mangas de cuero se lo haremos nosotros a un toro de puntas (…)
No sexto toiro Ignácio apresenta-se montado a cavalo, envergando o seu “traje de luces” saindo depois ao redondel, logo deixou no seu opositor um ferro comprido e um par de bandarilhas a uma mao.
Em dado momento a “cilha” da sua montada resvala e Ignácio è projectado para dentro da trincheira, voltando rápidamente “à cena” mas montado simplesmente em “pêlo” para grande admiraçao e júbilo de uns e descontentamente de outros.
Os comentários iam desde “ inaceitável na principal praça do país” até a “nao achamos próprio para um espada da sua categoría”.
De notar que Ignacio Sanchéz Mejías se apresentou no Campo Pequeño com o seu bandarilheiro de confiaça Enrique Berenguer “ Blanquet “ a quem a grande Gabriela Ortega dedica o excepcional poema “Balanquet, Rey com trono y garbo!”
Ignácio retirar-se-ia poucos anos mais tarde para se dedicar à sua carreira de dramaturgo, empresário e presidente do Real Bétis de Sevilla.
Fonte: No Ano de Manolete e Arruza / Jayme Saraiva Lima